29.6.08

Chegou a Hora

Amigos todos,

Se vocês estiveram no Asa desde sexta-feira descobriram que ALGO aconteceu com o layout do blog. O que aconteceu foi que meu site no kit.net - onde eu hospedava os templates - foi obliterado por uma empresa americana que tomou o site de alguma forma das mãos da globo.com...

Bem, pensamos por aqui e decidimos que já era a hora de partir. Não da Net, mas do blogger. Esta coisa de hospedar o template aqui, os textos lá, ficar dependendo da boa vontade e do profissionalismo de gente que não está NEM AÍ se os meus amigos de longe vão ficar preocupados com o meu sumiço. Não sumi, nada aconteceu de mal. Estou crescendo, as asas ficando maiores.

Aqueles que quiserem continuar lendo a Sue, procurem pelo Asa de Borboleta no seu endereço novo. Como toda mudança, não reparem se a casa está ainda um pouco bagunçada, devagarinho vai voltar tudo como era antes, até melhor que antes, com novidades.

Beijos enormes em todos, beijos alados para a Analuka! Venham me visitar na casa nova!

28.6.08

Hoje passei o dia só com meus gatos, concentrada, trabalhando. De repente, numa vontade louca de soltar o espírito e a mente do esforço concentrado, coloquei o DVD do Josh Groban para tocar. De repente, sim, de repente, num segundo, estava fora daqui, num outro lugar, tão mais bonito...

E lá estava você, me esperando, meu amigo, meu amigo, meu amigo. Que doce chamar você de amigo e ver você sorrir feliz. Sorrindo, sempre sorrindo, me convidando para dançar. Meu coração transbordou num riso feliz, marejado de lágrimas, e lá fui eu para o meio das estrelas com você.

Rodopiar pelo espaço sentindo sua presença amorosa é algo difícil de descrever, amado. Como posso falar de um sentimento que não tem nome, que não é saudade, mas é mesclado de saudade, que não é triste, mas é mesclado de nostalgia... uma alegria suave que nunca é totalmente alegre... Sentir você no meu abraço, leve e quente como a luz do sol quando nos encosta a pele.

Dançando, rodando, rindo juntos, lá fomos nós para o mais alto firmamento, voando, voando, cada vez mais livres, mais felizes juntos. Segura minha mão forte, Lelex, não me deixa cair... borboletas estão acostumadas com vôos mais próximos do chão.

Só mesmo o Josh Groban para me levar tão rápido até você.




Who can say for certain?
Maybe you’re still here
I feel you all around me
Your memory's so clear...

Deep in the stillness
I can hear you speak
You’re still an inspiration
Can it be
That you are my forever love
And you are watching over me from up above

Fly me up to where you are
Beyond the distant star
I wish upon tonight
To see you smile
If only for a while to know you’re there
A breath away’s not far
To where you are

Are you gently sleeping
Here inside my dream?
And isn’t faith believing
All power can’t be seen?

As my heart holds you
Just one beat away
I cherish all you gave me everyday

’Cause you are my
Forever love
Watching me from up above
And I believe that angels breathe
And that love will live on and never leave

Fly me up to where you are
Beyond the distant star
I wish upon tonight to see you smile
If only for awhile to know you’re there
A breath away’s not far
To where you are

I know you’re there
A breath away’s not far
To where you are

25.6.08

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Acordar de manhãzinha.
Suspirar fundo e levantar o corpo já cansado da cama.
Olhar pela janela o céu cinza-chumbo que deixa o Rio com cara de Sampa.
Sair no meio do frio e da garoa incessante. Fazer a hidroginástica.
Tomar banho na academia. Arrumar a roupa e o cabelo.
Correr para o trabalho. Apagar todos os incêndios.
Andar, falar, escrever, tentar não pensar muito.
Vestir a camisa da empresa("afinal ela é sua").
Manter minha postura acadêmica.
Grudar um sorriso no rosto.
Marcar o dentista.
Despachante.
Advogado.
Contador.
Esforço.
Luta.
Eu.



Enquanto faço tudo que esperam de mim, em silêncio, no meio da tempestade, espero aquele momento mais precioso que toda a rotina: espero que ela chegue, a sua presença inesperada.

23.6.08

Pendências de Março II

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Agora e sempre, minhas preces e minha amizade.

Pendências de Março I

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Querido Alex,

Nossa, mas o tempo passa rápido, Alex! OU, como diria a garotada aqui do Rio, "Cinco anos, véi! Caray!"

Da última vez que conversamos dentro do meu coração eu pedi muito que você levasse meu pai para dar umas voltas neste seu lindo veleiro de luz. Ele sempre foi um homem muito ativo e este ano e meio doente foi penoso demais para ele neste sentido. Vocês parecem iguais em muitas coisas, meu amigo, e tenho certeza que você - que partiu dormindo, sem aviso, rápido como um raio - imagina o sofrimento moral, mais que físico, da dependência, da fraqueza, da falta de mobilidade. Vê se consegue que a mãe vá também, ela é mais medrosa e insegura, mas o tempo que passou desde que ela foi praí já deve ter sanado isto. Enfim... ela é parecida comigo, vocês vão gostar um do outro.

Espero que seu aniversário de cinco anos tenha sido gostoso, cercado de amigos, cheio de festa, como você gosta e merece. A vontade de estar junto é grande, mas eu me conformo com o sorriso e a piscadela ocasional por trás do pôr-de-sol. Pela velocidade com que o tempo está passando, não será tão demorada a espera até que eu mesma pegue uma carona com você neste seu mar infinito.

Carolina está linda, cada dia cresce mais graciosa e cheia de alegria e inteligência. Minha amizade com as três meninas de Portugal cresce viçosa, bem igual ao meu amor por você.

O Dennito comentou, quando papai partiu, que os buracos na alma ficam. Olha, o vazio que você deixou na minha alma virou uma janela de onde fico espiando suas estripulias. É muito bom, viu?

Aguardo mais sonhos das suas aventuras pelo céu. Adorei as últimas, você é mesmo danado!

17.2.08

Meditações

Eu fiquei com uma frase do post anterior perturbando, depois que o publiquei. É verdade que meus textos só são o que se chama de literários por acaso, porque o objetivo deste blog NÃO É nem nunca foi fazer literatura. Já disse que este blog é meu coração, um farol que chama para perto de mim pessoas que sentem parecido, ou que precisam de alguma forma do tipo de visão de vida que tenho.

Mas não é só por isso que me incomoda a idéia de considerarem meu blog "literário", e eu descobri o que era relendo as crônicas do Nelson Rodrigues em seu livro "O Reacionário". Não sou "inteligentíssima", sou uma mulher de meia idade que sente e gosta de descrever e meditar sobre seus sentimentos em texto. Poderia falar horas sobre as muitas mensagens que esta crônica especificamente deixou para eu refletir, mas basta uma por hoje: não me considero nem madura o suficiente nem com texto o suficiente para me aventurar na literatura, pelo menos não ainda.

Prezo demais os escritores e suas obras para fazer isto de me comparar e eles ou me sentir parte de seu mundo, a não ser da forma mais periférica. INFELIZMENTE, há gente que não respeita os autores desta forma, como o próprio dramaturgo nos conta. Deixo este trechinho para a meditação de vocês, tenham todos uma bom início de semana, finalmente sem o tal horário de verão.

"Hoje, o sujeito vai ver uma peça e tem vontade de pedir como o Hélio Pellegrino: - 'Seja burro, meu amigo, seja burro!'. Não falo por ouvir dizer. Nos últimos tempos, tenho sofrido, na carne e na alma, experiências trágicas. As minhas peças Viúva porém honesta, Os sete gatinhos (a última virgem) e por fim O beijo no asfalto foram encenadas e todas por diretores inteligentíssimos.

Notem: - inteligentíssimos. E foi o mal, o grande mal. E há uma coincidência: - todos diretores paulistas. Por isso quero crer que, hoje, o teatro mais inteligente do Brasil é o de São Paulo. Há, nos palcos de lá, uma rapaziada feroz que reescreve qualquer texto. Que faça isso comigo, vá lá. Quem sou eu, senão um autor modesto, de uma bem-intencionada mediocridade? Portanto, é talvez justo que um diretor paulista sapateie em cima dos meus textos como uma bailarina espanhola. Mas ele fará o mesmo com Sófocles, Shakespeare, Ibsen, etc. etc.

(...)Em suma: - querem assassinar a palavra, e a pauladas, como se ela fosse uma gata prenha. Portanto não existe mais um único e escasso grego, não existe mais um único e escasso Shakespeare, não existe mais ninguém. Quem existe é a rapaziada de São Paulo. Vamos admitir que o teatro existe desde que se esboçou o primeiro gesto humano ou o homem disse a sua primeira palavra. Portanto, é essa tradição de 1 milhão de anos que os diretores paulistanos estão liquidando. é como se alguém afastasse com o lado do pé uma barata seca.

Se o jovem diretor não fosse inteligente, preservaria o texto, e seria fidelíssimo ao texto. E então o público veria O beijo no asfalto, e veria Nelson Rodrigues. Desgraçadamente, estamos diante da inteligência. De intérpretes inteligentíssimos. De contra-regras inteligentíssimos. De bilheteiros inteligentíssimos. Todos estão autorizados a improvisar. Por enquanto, sou eu. Mas quando for um Shakespeare? Façam idéia de um Otelo em arrancos triunfais de cachorro atropelado; e vociferando: - 'Vou-te às fuças!'. Mas esta paródia já fazia Dercy, há trinta anos, com seu maravilhoso histrionismo.

E cabe uma dúvida: - querem acabar com a palavra. Mas acabar com o que não existe? o teatro brasileiro não chegou à sua palavra, não inventou a sua língua. Está certo que o francês faça algo parecido. Já realizou infinitas variações com a sua música verbal. A prosa francesa pensa pelos seus autores e faz os seus autores. Escrevendo aqui, na pobre língua que não temos, Valéry seria talvez nosso J.G. de Araújo Jorge. Primeiro, vamos fazer a nossa Palavra para assassiná-la, depois, com rútilas patadas." (crônica publicada no jornal O Globo em 17/01/1970, republicada em O Reacionário, páginas 125/126, Ed. Companhia das Letras, 2002, São Paulo)

12.2.08

Para Falar de Vida

Depois de quase dois meses de ausência - que foram dois meses em que minha alma entrou em reunião a portas fechadas com minha mente e coração para analisar tudo o que já vivi nestes 43 anos de vida completos dia 12 de janeiro - estou de volta a esta minha casa na Net. Este é cantinho onde a Sue se comunica com aquelas pessoas que escolhem vir aqui e ler tudo que eu escrevo, seja lírico ou seja tolo, seja amoroso ou triste. Porque "literário" não é, nunca de propósito. As pessoas que quero aqui, comunicando comigo, são as pessoas com as que já me disseram: "eu penso e sinto também assim" ou "você colocou em palavras o que eu sentia mas não conseguia expressar" (este é o meu elogio favorito dentre todos). Pessoas, enfim, que tenham uma ressonância de espírito comigo.

Eu, no post anterior, desejo feliz aniversário à minha mami, que já partiu desta vida faz quase 22 anos. Porque eu sei que a vida é mais e maior que o que aquilo que vemos aqui, e a partida é apenas um novo começo. Afinal de contas, este peixinho na coluna da direita não significa uma homenagem a meu bisavô pescador... mas simboliza meu relacionamento e irmandande com alguns ajudantes do sucessor do primeiro Pescador de Homens, que me levaram pela mão até o regaço de Jesus e de sua Mãe Santíssima, de onde aprendi a louvar a Vida.

Tenho alguns amigos na rede que também aprenderam sobre a Vida nestes regaços, beberam da mesma fonte que eu, e um em especial tem uma maravilhosa forma de celebrar a defender a Vida: meu amigo jornalista Marcio Campos. eu já declarei em público um dia que ele é um bilhete premiado de loteria, hoje me declaro fanzoca assumida. Ele está fazendo um trabalho inteligente, espirituoso tanto quanto espiritual - e além de tudo muito importante -, a respeito da forma com que a Mídia tenta criticar aqueles que celebram a Vida. Força, Marcio, posso colaborar com este pequeno link e muitas orações. Você com certeza, com a ajuda do Espírito Santo, dá conta do resto.

Com vocês o "Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que escrevem"

14.12.07

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Presente de Aniversário



Minha Mami chegou outro 14 de dezembro... seu aniversário de nascimento. Esse vai ser sempre um dia lindo, mesmo que esteja chovendo cântaros de água como hoje. Mesmo que tudo que eu possa fazer é pensar em como sinto a falta da minha patinha dos olhos verdes de folha nova. Mas que interessam meus problemas, minha tristeza? Você está junto do seu marido lindo agora, e este é o seu maior presente. Eu então respiro fundo e adiciono o meu "assim seja" à sua felicidade.

Eu te amo Mami. Feliz niver, dá um beijo no Papi por mim.
Virose

Duzentos mil ataques de tosse
50 mil litros de suores frios
50 km de lenços de papel
38.2º C de temperatura
Sete dias de antibiótico
Três dias de molho
E a hora que não passa...

13.12.07

Os caminhos que a vida traça sem a gente perceber... chega a ser engraçado, se ao menos não fosse tão triste. Uma faxina mais corajosa nos pertences do pai, mais umas sacolas de livros doados à Biblioteca Municipal, e eis que uma figura muito importante do meu passado aparece de fininho, elegante como sempre foi, sem exagero de expressão, quase calado como ele era. Um livrinho escrito por um outro-pai, um homem que me amava e a quem eu amei exageradamente, com coração de filha e de criança. Nunca cheguei à conclusão se ele era um poeta que lutava ou se era um guerreiro que fazia poesia. Ele morreu enquanto eu era jovem demais para descobrir.

Hoje há outro Joaquim que eu amo, exageradamente como amei meu primeiro Joaquim, mas sem a inocência e o salvo-conduto da infância. Amar na idade madura é tão mais arriscado, tanto calo a ser pisado onde só havia alegria antes... Meu primeiro Joaquim era metade como eu, sensível e apaixonado, se expressava na poesia. Metade ele era como o segundo Joaquim, calado e guardado, desesperançado com o mundo. O primeiro Joaquim morreu de tristeza, ainda muito novo, poeta que era, novo demais, com muita poesia tragicamente por escrever. Deixou de cumprir a promessa-ameaça que jocosamente fazia a meu pai, que era a de me levar, ele mesmo, ao altar e entregar minha mão à um prometido que ainda estava no porvir.

Teria sido perfeito, tio amado, que você pudesse ter-me levado àquele prometido altar, e entregue sua pequena amiga para um segundo Joaquim, jovem, confiante e livre para me receber diante de Deus e dos homens. Mas este mundo, este mundo que nos rala a pele e nos enche a alma de cicatrizes, este mundo não é perfeito, não é, querido?

De um Joaquim para outro, passando por dentro do meu coração:

Amigos de Longos Anos
(Maj. Brig. Joaquim Vespasiano Ramos)

Fixei-me no horizonte
À procura do infinito
E só a linha do horizonte
Apareceu-me no infinito!

Procurei no escuro do firmamento
A mais bela e distante estrela;
Escondida no escuro do firmamento
Estava a mais bela e distante estrela!

Contemplei, do deserto, a miragem
Com a esperança de olhos cansados.
Eclipsou-se, porém, do deserto a miragem
Para a tristeza dos olhos cansados.

Esperei as ilusões de um lindo sonho
No meu sono tranquilo e profundo;
Recusou-me ilusões o lindo sonho
Do meu sono tranquilo e profundo!

Busquei, no âmago do pensamento,
As alegrias e venturas do passado;
Nada havia no âmago do pensamento --
Nem alegrias e venturas no passado.

Ofereci a mão da amizade
Ao amigo de longos anos;
Estendida ficou a mão da amizade
Sem a do amigo de longos anos!

Procurei na gota de orvalho
A lágrima que me falta.
Desmanchou-se a gota de orvalho
E a lágrima inda me falta.