6.11.02
http://www.olhandodeperto.bio.br
Ah, mas como as borboletas são lindas! Agradeço as informações que descobri no site Olhando de Perto. É um site muito interessante para aqueles que gostam de vida pequenina. Desde insetos minúsculos até as vistosas borboletas multicoloridas.
Olhar de perto pode ser bom e pode ser ruim. Eu tenho como marca da minha personalidade olhar bem de perto as pessoas, quando gosto delas. Chegar bem perto, acalentar, abraçar, fazer cafuné, enfim, mostrar pelo tato, pelo brilho dos olhos, pelo calor da voz, que aquela pessoa é QUERIDA. Entretanto, eu padeço de excesso de empatia, e acabo sorrindo e sofrendo com a pessoa que amo, como se a alegria e o sofrimento fosse meu.
Quando o caso é de alegria, e um amigo meu divide uma felicidade comigo, ai, que festa!! O coração pula e batuca entusiasmado, minha boca parece se rasgar em sorrisos. A alegria de um amigo é como um vinho para a alma. Inebria meu coração de felicidade.
O problema é quando testemunho a dor de um amigo. A dor me rasga o coração junto, e a impotência no minorar desta dor causa um desconforto a mais. Ultimamente, para meu desespero, parece que todas as pessoas que amo estão sofrendo.
ELE, o homem que foi, está sofrendo. Não me diz porque, e eu não quero perguntar. Tenho medo da resposta, que me mandaria de volta para aquele redemoinho de dor aguda do qual acabei de sair. Não, não quero entrar de volta naquela Iron Maiden de pregos afiados. ELE se cala e eu me calo também. Mas eu SINTO o sofrimento dele e sofro junto. Inescapável.
Tenho um amigo que sofre porque recebeu ataques por pensar diferente de pessoas que ele considerava amigas. Sofre por diversas outras perdas além deste desapontamento. E lá vai a Sue, doendo do lado. Sem conseguir consolar.
Outro amigo, meu Doce, sofre por um amor que não pode expressar, entalado porque foi devolvido pelo remetente, e faz cara e voz de brabo enquanto o coração dele fica ganindo do lado do meu, feito cachorrinho recém-desmamado. E o coração da velha borboleta sangra, sangra.
Pessoas de minha família sofrem. Pela velhice que chega, por aqueles balanços de vida que parecem ser a atividade constante das pessoas que passam de uma determinada idade. Pelos fracassos, que parecem maiores do que realmente foram, pelos sucessos, que hoje parecem menores. E eu com a cabeça estourando de dor, sem poder fazer com que estes se enxerguem como eu os enxergo.
Ai, Pai do Céu, tem horas que este impulso que colocastes no meu coração na direção do outro, este ímpeto de curar os que amo, parece que isto é um fardo pesado demais para carregar. Não é à toa que minha coluna está tão doente. Pai, Tu mandastes Simão para ajudar Teu Filho a segurar a cruz, e a mim parece que mandastes mil cruzes, sem nenhum Simão. Eu repetidamente me espanto com a confiança que depositas em mim, que sou tão imperfeita, meu Pai... Dá-me a força de que necessito para retirar todas estas cruzes do caminho daqueles que amo, ou então mostra a eles o que é necessário para conviver com elas. Antes que eu me destrua de dor impotente.
Nos últimos dias, olhar de perto tem sido a maior das torturas. Que venham então as eternas confortadoras, as borboletas. E mais um agradecimento ao site que me proporcionou imagens tão belas.
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