28.1.03
Que coisa é a vida...
Estava ontem à noite conversando com um amigo querido, a respeito da crueldade de algumas pessoas, porque estes dias uma pessoa que me é muito especial foi cruel comigo, ainda que ache que não o fez de propósito. E eu disse ao meu amigo ontem: "Eu me sinto como se ele tivesse esmagado um passarinho nas mãos, bem na minha frente." E veja só o que eu encontro hoje de manhã no Letra Miúda do meu queridíssimo Guilherme Quandt:
Modos de pegar
Ouvi um sujeito dizer uma vez, era um professor de dança, que num filme de cloak and dagger havia o ensinamento de como segurar o punho da espada: como se segurasse um passarinho, ou seja, firme, para que não escape, mas suave, para que não se esmague. Assim, dizia ele, o cavalheiro deve segurar a mão de sua dama enquanto dança.
Há modos diferentes de pegar, seja a mão, seja um corpo inteiro. O modo de pegar uma criança e rodopiá-la às gargalhadas no quintal, para susto da mãe dela, não é o mesmo de agarrar um marmanjo e imobilizá-lo no tatame, nem o modo de pegar no colo um bichano ou filhote de algum bicho, nem o de abraçar a idosa avó que tão raramente se encontra, ou apertar contra o nosso peito a mulher que, saiba ou não, assim deseje. Há modos vários de pegar, nenhum deles muito fácil de aprender.
Guilherme, meu amigo, obrigada. Você tem tanto sentimento que transborda seu blog e vem parar aqui. E, realmente há muitos modos de pegar.
E você, por favor. Escute. Não há necessidade de apertar. Não esmague o passarinho. Deixe-o repousar, confiante, na sua mão. Vem aprender a segurar o passarinho, eu estou estendendo a mão. Com muito, muito amor.
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