22.10.03




© 2003 - Erik Reis
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Meu Herói



Nos contos de fadas e nas histórias em quadrinhos, bem como na mitologia, sempre encontramos um herói. É aquela criatura que parece fazer com facilidade o que ninguém mais é capaz de fazer, mesmo com muito esforço. Existem heróis tristes, piadistas, irônicos, caladões, sofredores. Mas eles sempre parecem ultrapassar seus próprios limites e alcançar o inatingível.

Eu conheço um homem assim, exatamente assim. Um homem que fala dos sofrimentos de infância com ar sério, e logo depois parte para a guerra com um sorriso no rosto, entusiasmado com o desafio. Um jogador nato, especialista em riscos calculados, abandona imediatamente o jogo para tornar-se solene, docemente preocupado com as peripécias de uma amiga impulsiva.

Ele ri, chora, faz troça de seu próprio choro e torna a sorrir, num piscar de olhos. Mata dois leões por manhã e depois parte para colher tamarindo e fazer suco para receber os amigos em sua casa.

O coração deste herói tem asas, e graças a ele e a seu coração alado, consegui alçar vôo novamente. Estava emudecida, ele devolveu minha voz. Deu-me o empurrão que faltava para continuar a tocar minha vida.

Eu sei, querido Perseu, que você não aceita nada menos que o melhor que eu puder fazer. Em sua honra e homenagem, cá estou eu de volta. Pode voar alto, que eu não vou ficar muito para trás.

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