5.3.04







A Orgulhosa



Vi a ti e a tuas irmãs naquela manhã no mercado. Algumas delas estavam floridas já, mas tu ostentavas a elegância nua dos ikebanas. Olhei para ti e vi um equilíbrio, uma beleza já presente, e não resisti. Levei-te para a casa das janelas de luz.

Pensei em ti cercada de admiradoras no jardim da casa onde mora o gato preto. Seria impossível levar-te comigo para casa, a viagem seria demais para ti, e acho que também o calor e o forte sol da tarde que flagela meu apartamento. Queria que florisses bela como já te previa, e que florisse num lugar onde fosses honrada.




Bem, mas tu quisestes me brindar com tua beleza imediatamente. Seus botões verdes começaram a se desdobrar em veias vermelhas sobre uma cama amarela, como se a própria aurora desabrochasse na minha frente. Como podia não amar-te?

Altiva, altaneira, airosa Amarílis.





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