7.9.02

Carta ao senhor do meu sentimento

Caríssimo...

Meu maior medo nesta vida é não dizer a tempo tudo que me permita abrir as asas de borboleta do meu coração e voar como todo ser humano nasceu para voar. Sabe lá quando um ultraleve desgovernado, uma bala perdida, um carro em alta velocidade ou outro desastre qualquer emudeçam para sempre minha voz?

Em meio às mil e uma ternurinhas que minha fantasia planejara oferecer a ti, das mil e uma noites de conversa ao pé do ouvido imaginadas, diante da realidade nua e crua da não-retribuição do meu amor – que continua impávido e intransigente, recusando-se a morrer – tenho de fazer uso de um talento maior que o meu, buscar o consolo em uma dor maior que a minha. Como a ave busca as correntes de ar quente para voar mais alto e mais longe.

Daqui do alto, te digo: tudo o que faço, tu fazes comigo. Tudo o que penso, comento contigo em meu coração. Tudo o que vejo de belo, envio como um postal mental para ti. Tua presença é tão forte, tão intensa, que quase consigo me enganar e achar que tu estás mesmo aqui.

Recebe esta canção como um beijo.


Se eu não te amasse tanto assim
(Herbert Vianna / Paulo Sérgio Valle)

Meu coração, sem direção
Voando só por voar
Sem saber onde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas
Que hoje eu descobri no seu olhar
As estrelas vão me guiar

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores por onde eu vim
Dentro do meu coração

Hoje eu sei, eu te amei
No vento de um temporal
Mas fui mais, muito além
Do tempo do vendaval
Nos desejos, num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal

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