29.8.02

O casulo é escuro. Dentro dele, a sensação não é tanto claustrofóbica quando de torpor. Não se tem o desejo de se mexer, de sair. Desta vez, o casulo é um deserto escuro, onde estou completamente só. Nem as lembranças estão aqui, só minha alma e a escuridão, o silêncio.

Estou em uma espécie de estase. Sinto a dor e a desolação, mas isso não me impulsiona a fazer coisa alguma. Sinto a dor e observo a dor de uma certa distância; a não ser nos momentos que a alma do casulo faz contato com a mente e o coração. Aí, são espasmos de dor muito forte, que me prostram também fisicamente.

O mais engraçado é que a vida continua. Business as usual. Ninguém à minha volta percebeu o casulo, a não ser minha irmã, que reclamou que eu estou calada demais, quase uma autista. Acho que ela está mais certa que imagina.

Nenhum comentário: