22.1.03

A vida tem destas coisas...

Às vezes coisas muito inesperadas acontecem, e nos vemos em situações completamente novas. A maioria das pessoas voltaria apavorada de onde veio, rejeitando de imediato o NOVO e o ESTRANHO. Acontece que as borboletas são os seres mais estranhos deste planeta: nascem larvinhas, viram minhocas, passam uma vida inteira a se arrastar pela terra, de barriga no chão. Um belo dia, escolhem uma plantinha para escalar, e sobem va-ga-ro-sa-men-te por ela, até encontrar aquele cantinho especial. E a minhoquinha TECE. TECE. TECE. Vagarosamente, tece sua própria prisão, seu casulo. Nele se prende, voluntariamente, e sofre todas as dores do isolamento e da metamorfose. Seu corpo se modifica, ganha contornos novos. Como é doloroso este tipo de mudança, sem um ombro amigo onde encostar a cabeça, enfrentado tudo na maior solidão. E as dores do crescimento?!? E aquelas coisas pesadas nas costas, que antes não estavam ali??? Ai, e o medo?

Mas, um belo dia, a borboleta se enche de estar só. E CAVA. CAVA. CAVA. Até que arrebenta aquela prisão, feita por ela mesma. E descobre, maravilhada, que aquelas coisas tão estranhas nas suas costas são asas, que a tornam amiga da brisa e livre da sujeira e da lama. Ela pode VOAR!!! Nenhum animal é mais belo e misterioso que a borboleta, que é o símbolo do renascimento e da transformação. E por ter alma de borboleta, o novo e o estranho para mim são apenas coisas novas a se aprender.

Eis que aparece em minha vida um novo amigo. Que se auto-denomina LOUCO. E eis que eu dou boas vindas ao LOUCO, que para mim é apenas Bebeto. E, em resposta a um delicado e-mail, gentil como poucos que recebi, fiz uns versinhos capengas que agora ofereço a meu novo amigo. Bebeto, queria que todos fossem loucos como tu. Este texto é seu.

Luiz Roberto, amigo recém-chegado
Pelo amado Dennis apresentado
Homem simples, gentil e delicado
apenas um pouco exagerado,
Na hora de procurar predicado
Nesta pobre criatura cheia de pecado


Não sou princesa, nem modelo de beleza,
Nem mesmo maravilha da natureza.
Sou humana, falha, cheia de incerteza
Mas procuro cultivar a gentileza
Para que os amigos tenham a certeza
De que podem contar com a fortaleza
Do coração, sim, cheio de amor e riqueza


Quem eu sou não é de difícil solução
Sou uma mulher e me chamo Assunção
Dona de um enorme e tolo coração
Que nem escuta da Razão a argumentação
E me coloca em cada complicação!
Não é brincadeira não!


Assunção é hoje mulher, amiga e professora dedicada
Minha vida é dos alunos, amigos e da pessoa amada
E nos caminhos a cada difícil tropeçada
Tenho o consolo da presença adorada
Do meu amor, dos meus amigos e da alunada
Que me protegem, me amam e me fazem dar risada!


E se, por acaso, no fim do dia
Meu coração sente alguma nostalgia
E meu olhar de lágrimas se anuvia
Logo, logo em torno de mim se cria
Uma cerca de amor e alegria
Dos meus amores, para que eu sorria


E como posso recusar?
Não posso, tenho de acatar
Pois a Vontade Maior tenho de aceitar
Muito amor recebo, pois muito tenho de dar
Inclusive, muito ia me honrar
Se você a esta quadrinha puder acrescentar


Receba então Luiz, parte do meu carinho
Como os amigos, os alunos e meu amorzinho
E um dia, do Céu, um muito lindo anjinho
Vai visitar meu novo e bem vindo amiguinho
Que erradamente se diz maluquinho
E vai levar a ele o meu beijinho!

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