CARINHO
Ganhei linda borboleta, feita como um carinho, presente do meu querido Rogério ( http://pradomacedo.blogspot.com )
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O Rogério é uma daquelas pessoas que ficam tão quietinhas, são tão low profile, que os mais distraídos o deixam passar sem sequer perceber que ele está ali. Ele tem uma capacidade de mimetismo que o deixa praticamente invisível. Mas, aqueles que sabem o tesouro que ele é não deixam de buscá-lo por entre a folhagem. E lá está ele, o eterno Watcher, a nos espiar. E se temos a delicadeza de pedir com jeitinho, ele tem um monte de coisas para nos ensinar.
Amigo querido lá das plagas de Fortaleza, um beijo imenso!
28.4.03
22.4.03
Data Especial
Hoje meu amado Carneirão, se estivesse aqui, estaria recebendo meu beijo de aniversário. Ele foi velejar pelo infinito, deixando para trás muitas lembranças boas e muita saudade. Hoje, querido, não podia deixar de falar de ti, de mandar meu beijo. Só não sei onde tu estás, nestas tuas aventuras pelo cosmos, então abro a janela para o infinito e grito:
To Where You Are
Singer: Josh Groban
Music: Richard Marx
Lyrics: Linda Thompson
Singer: Josh Groban
Music: Richard Marx
Lyrics: Linda Thompson
Who can say for certain?
Maybe you're still here.
I feel you all around me,
your memory's so clear.
Deep in the stillness,
I can hear you speak.
You're still an inspiration
Can it be that you are my forever love,
and you are watching over me from up above?
Fly me up to where you are
beyond the distant star
I wish upon tonight to see you smile,
if only for a while to know you're there.
A breath away is not far to where you are
Are you gently sleeping here inside my dream
And isn't faith believing all power can't be seen?
As my heart holds you just one beat away
I cherish all you gave me everyday
'Cause you are my forever love
Watching me from up above
And I believe that angels breathe
And that love will live on and never leave
Fly me up to where you are
beyond the distant star
I wish upon tonight to see you smile,
if only for a while to know you're there.
A breath away is not far to where you are
I know you're there
A breath away is not far
To where you are
17.4.03
Dor de alma
Quem chega aos 38 anos sem cicatrizes várias? Pequenas e grandes decepções, perdas de vários tipos, mudanças imprevistas de rumo. Estou começando a perceber que estou num tipo muito especial de casulo. Mais dolorido que o habitual, uma dor que vem em ondas, há momentos que atinge um pico que chega a ser uma dor física. Depois a onda segue adiante, e o que fica é um coração latejando com uma dor melancólica, uma mente que lateja com lembranças doídas, uma alma apertada dentro do casulo que parece ficar a cada hora menor.
Mas não é o casulo que fica menor. É a dor que vai lixando, lixando, e removendo cascas que tinham solidificado com o tempo, cicatrizes antigas, medos; lixando, lixando, lixando, expondo antigas janelas da minha alma que tinham suas cortinas cerradas e as vidraças cobertas com tábuas. E a lixa vai roendo, comendo os pedaços mortos de mim. E jogando luz no que estava escuro. Algumas coisas eu deixei ali, trancadas no escuro, por puro pavor de lidar com elas, e hoje descubro que -- apesar de ainda queimarem -- eu hoje sou capaz de domá-las e transformá-las. Mas dói, dói este peeling de alma.
Ao mesmo tempo, lá do fundo não sei de onde, deste lugar que de algum modo me faz quem eu sou, lá no fundo eu sinto um MOVIMENTO. Algo está se mexendo e subindo, neste mar inconsciente profundo, querendo vir à tona. E esta coisa forte e selvagem, e bela e pura, esta coisa com a qual não se negocia, esta coisa está insistentemente a me chamar. E eu não tenho como me negar. Subo até o penhasco escarpado da minha consciência e vejo aquela profundeza escura, que se mexe e me chama... vem... vem... vem...
Então eu me jogo -
Let Me Fall
Music: Richard Marx
Lyrics: Linda Thompson
Singer: Josh Groban
Music: Richard Marx
Lyrics: Linda Thompson
Singer: Josh Groban
Let me fall
Let me climb
There's a moment when fear
And dreams must collide
Someone I am
Is waiting for courage
The one I want
The one I will become
Will catch me
So let me fall
If I must fall
I won't heed your warnings
I won't hear them
Let me fall
If I fall
Though the phoenix may
Or may not rise
I will dance so freely
Holding on to no one
You can hold me only
If you too will fall
Away from all these
Useless fears and chains
Someone I am
Is waiting for my courage
The one I want
The one I will become
Will catch me
So let me fall
If I must fall
I won't heed your warnings
I won't hear
Let me fall
If I fall
There's no reason
To miss this one chance
This perfect moment
Just let me fall
16.4.03
Premonições
No post do Asa do dia do meu aniversário, fiz uma retrospectiva da minha vida, e arrisquei uma olhada pra frente, para o ano que se iniciava. Hoje, depois de passado um tempinho, reli aquele texto. Cito então a mim mesma:
"O ano de 2003 começa portanto para mim com os primeiros ventos de uma forte tempestade. É um ano de abismo. Como 1981, vou ter de passar por ele da melhor forma possível, e realizar minhas tarefas a contento, de algum modo. Eu chego ao meu aniversário olhando para dentro deste abismo, e sabendo que vou ter de descer lá. Como até mesmo o Filho de Deus teve seu momento de falar "Pai, afasta de mim este cálice", suo frio, choro e rezo muito. Breve há de chegar o momento do "Mas seja feita a Sua vontade, e não a minha". Vou respirar fundo, fechar os olhos um instante, e começar a descer. Mas não agora, Pai, não ainda... "
Agora que estou no fundo deste vale de sombras, eu me espanto com a capacidade que tive de pressentir a dor que vinha, dor que eu nem podia prever qual seria. Nem em tamaho, nem em qualidade. Mas veio a tempestade e vieram diversas perdas, amigos e amigas que morreram, falsos amigos que se revelaram, amigos que sofrem, e no meio de tudo muita, muita incompreensão. E dói, dói a ponto de eu me perguntar se eu REALMENTE vou conseguir aguentar. Meu coração hoje é uma chaga aberta, que sangra sem que eu consiga fazer parar. A imagem do Jardim das Oliveiras permanece forte, quando percebo que meus amigos dormem e estou só na minha agonia. Que eles não entendem, não enxergam, e não adianta explicar.
Mas é assim que tem de ser. É mesmo aprendizado, como disse-me ontem um amigo. Vou-me esforçar para não cair em repetência destes ensinamentos tão dolorosos. Passar por eles apenas uma vez já é tormento suficiente para qualquer alma. E vou lutar para transformar cada gota de sangue vital que pinga do meu coração em um botão de rosa rubra, e depositar este ramalhete nesta próxima Sexta-Feira Santa aos pés da Cruz do meu Senhor. O cálice Dele foi o mais amargo de todos, ele que era o mais perfeito dos homens e ao mesmo tempo Filho de Deus. Diante da dor de Deus, que envia seu Filho Unigênito para ser torturado e desprezado pelos homens, para anular a distância que existia entre estes e o Pai, a minha é pequena demais para ser mencionada. Agradeço a Deus a chance de expandir minha alma, e não fujo do duro treinamento que ele me impôs. Aceito e me empenho em levar a cabo minhas lições. Em sua honra, querido Jesus.
Enquanto eu enfrento uma paixão pessoal, com os olhos fixos na Paixão de Cristo, peço aos meus amigos que aqui me visitam que tenham paciência de esperar por posts. Não é todo dia que eu suporto pôr em palavras o que sinto. E, às vezes, o que sinto é incoerente demais para ser posto em palavras. Desejo a todos uma Páscoa maravilhosa, e muitas bênçãos. Qualquer hora eu volto.
15.4.03
Escritores e guardanapos
Meu querido amigo Luis N. tem feito investigações muito interessantes no seu site http://milmaisuma.leiturascom.net a respeito da mania que muitos escritores têm de escrever em guardanapos de papel. Eu não tenho este hábito, porque raramente estou sem papel e caneta. Mas conheço pessoas que escreveram a primeira versão de quase todos os seus contos e poemas em guardanapos de papel. Uma destas pessoas, um velho amigo poeta, me inspirou para fazer este mini conto, que postei inicialmente nos comentários do site do Luis, e que fica registrado aqui como um carinho a um escritor que admiro e um amigo que adoro. Luis, Luis...
Ele era um poeta raivoso, que vagava pela noite irrequieto, como a perguntar às estrelas o que diacho elas tinham feito com o Sol. Muitas noites fui sua companhia de palavras e palavras, mas na maioria delas sua única companhia era o copo de cerveja, e à sua volta dançavam as musas. Elas sussurravam, sussurravam, susssuravam, era o poema perfeito! Angustiado, o poeta raivoso e entorpecido procurava roubar das musas o poema perfeito, mas a cerveja, amante ciumenta, só permitia o ocasional e irregular registro destas visões no frágil e translúcido guardanapo de papel dos bares mais sujos da cidade.
7.4.03
Como o coração estica!
Eu estou impressionada com algo de que me dei conta há pouquíssimo tempo. O coração é o músculo mais elástico do corpo humano! Não importa quantas pessoas você ame, tem sempre um espacinho para mais alguém. E como ele estica!
O meu coração anda esticado por tantas paragens diferentes! Desde a cidade de Goiânia, descendo até Aquidauana, Mato Grosso do Sul, indo ao extremo sul do país até Florianópolis e Porto Alegre, subindo de novo até São Paulo e rumando ao Nordeste, até Natal, Recife e Fortaleza, depois saltando o Atlântico num pulo, até Faro e Lisboa, em Portugal, e aterrisando finalmente em Casteldefels, Espanha. Em todos estes lugares está meu coração. Cada vez que ele bate, ele expande até ficar de um tamanho que alcance todos estes recantos, antes de contrair de volta ao meu peito.
Não é à toa que algumas vezes ele parece que vai arrebentar.
4.4.03
Walt, aquele velhinho safado, entendia muito bem as borboletas. A que ele fez é linda, e as que ele cantou, mais ainda. As borboletas compreendem a sua urgência, porque sabem da fragilidade de viver aqui, neste mundo, e da beleza indescritível que nasce, vive e morre, muitas vezes invisível aos olhos sem poesia. Em TUDO há poesia, se soubermos olhar.
Ele era o tipo de pessoa que escandaliza, porque não era fiel a outra ordem que não fosse a sua interna. Isso choca o rebanho mesmo. Escolher estar fora do apoio coletivo, como ele escolheu, não é coisa fácil. Só uma pessoa com o fogo interior dele conseguiria.
Outro dia me perguntaram se sexo era assim tão importante. E uma outra pessoa me garantiu que não, que não era assim tão importante. Eu, no entanto, acho que sexo foi o primeiro presente de Deus à sua criação. Como todo presente divino, deve ser tratado com a devida reverência e responsabilidade.
Existe uma grande diferença entre este primeiro presente divino e um outro, o Amor, jóia mais rara do tesouro que herdamos. O amor é um esquecer-se de si, no cuidado do outro. O amor nos faz olhar para fora. É o contemplar reverente do milagre daquilo que não sou. O sexo é um mergulho em si mesmo. É um impulso de mergulhar em si, recolher de si o fogo e a força, e jogá-los vigorosamente para fora, numa explosão do eu sou. O harmonioso convívio entre estes dois dons de Deus é o que devemos buscar.
Hoje em dia falam em sexo seguro. Não existe tal coisa. Sexo é um desmanchar-se em si de tal forma que não se sabe se voltaremos a ser o que éramos. É uma viagem que talvez nos leve irremediavelmente para longe do que fomos. Tenha certos cuidados ao partir nesta viagem. Leve sempre com você, na sua bagagem, um bom agasalho para o coração e a identidade da sua alma. Nunca se perca de você. Saiba que o caminho é longo, e muitas vezes tortuoso. Não há estradas pavimentadas, e as rotas mudam a cada instante.
E talvez seja bom também levar o velho Walt como companhia.
A Woman Waits for Me
Walt Whitman
A woman waits for me, she contains all, nothing is lacking,
Yet all were lacking if sex were lacking, or if the moisture of
the right man were lacking.
Sex contains all, bodies, souls,
Meanings, proofs, purities, delicacies, results, promulgations,
Songs, commands, health, pride, the maternal mystery, the
seminal milk,
All hopes, benefactions, bestowals, all the passions, loves,
beauties, delights of the earth,
All the governments, judges, gods, follow'd persons of the
earth,
These are contain'd in sex as parts of itself and justifications
of itself.
Without shame the man I like knows and avows the
deliciousness of his sex,
Without shame the woman I like knows and avows hers.
Now I will dismiss myself from impassive women,
I will go stay with her who waits for me, and with those
women that are warm-blooded sufficient for me,
I see that they understand me and do not deny me,
I see that they are worthy of me, I will be the robust
husband of those women.
They are not one jot less than I am,
They are tann'd in the face by shining suns and blowing
winds,
Their flesh has the old divine suppleness and strength,
They know how to swim, row, ride, wrestle, shoot, run,
strike, retreat, advance, resist, defend themselves,
They are ultimate in their own right--they are calm, clear,
well-possess'd of themselves.
I draw you close to me, you women,
I cannot let you go, I would do you good,
I am for you, and you are for me, not only for our own
sake, but for others' sakes,
Envelop'd in you sleep greater heroes and bards,
They refuse to awake at the touch of any man but me.
It is I, you women, I make my way,
I am stern, acrid, large, undissuadable, but I love you,
I do not hurt you any more than is necessary for you,
I pour the stuff to start sons and daughters fit for these
States, I press with slow rude muscle,
I brace myself effectually, I listen to no entreaties,
I dare not withdraw till I deposit what has so long
accumulated within me.
Through you I drain the pent-up rivers of myself,
In you I wrap a thousand onward years,
On you I graft the grafts of the best-beloved of me and
America,
The drops I distil upon you shall grow fierce and athletic
girls, new artists, musicians, and singers,
The babes I beget upon you are to beget babes in their turn,
I shall demand perfect men and women out of my love-
spendings,
I shall expect them to interpenetrate with others, as I and
you interpenetrate now,
I shall count on the fruits of the gushing showers of them, as
I count on the fruits of the gushing showers I give now,
I shall look for loving crops from the birth, life, death,
immortality, I plant so lovingly now.