15.3.07

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Quatro anos



Quatro anos são 1461 dias para fazer a boca sorrir com as lembranças doces. São 1461 noites para sentir o coração apertar de saudade. É tempo suficiente para que muita coisa aconteça, de bom e de ruim.

Quatro anos, entretanto, é pouco, Carneirão, muito pouco para me fazer esquecer o quanto foi bom ter recebido você na minha vida. Você, Alex Cabedo, foi a primeira pessoa que se afeiçoou a esta borboleta azul na web, e que fez questão de escrever e dizer isso. E depois declarar isto na cara daquela gente ruim. Diz-se por aí que só conhecemos os amigos na hora do aperto, e o destino quis que nossa amizade fosse comprovada logo de cara.

De longe, sem nos conhecermos pessoalmente, sem falarmos dos detalhes técnicos de nossas vidas - sem fotos, sem endereço, sem telefones, sem RG, sem CPF - fomos logo ao que interessava. Logo me afeiçoei à inteligência que brilhava nos seus textos, na esperteza das identidades secretas, no humor das críticas ferozes. Você logo sentiu vontade de provar do mel do afeto que ofereço àqueles que amo, parecia ser o que mais você precisava. Você buscava, meu amigo, não sei bem o que, e sempre esperei poder proporcionar a você o fim da busca e o descanso da chegada. Espero que sua partida tão precoce desta vida signifique que você tenha finalmente encontrado seu sei lá o quê. Torço por isto.

Sendo cavalheiro, não quis partir sem me deixar lindas lembranças, algumas delas lembranças vivas de você, como sua linda Carolina, que cresce uma pricesinha. Ou a querida Cristina, que nunca esquece de mim (nem eu dela, ainda vamos nos encontrar). Pessoas especiais, você as deu de presente para mim, Alex, e eu agradeço. Espero ter podido retribuir, pois peço sempre a meus pais que dêem uma checada, só para ver se está tudo bem contigo. Conhecendo a minha mãe, ela já deve ter adotado você!

Você deixou também impresso no meu coração a risada que eu nunca escutei, mas que suspeito em seus textos e nas fotos que só recebi depois que você já tinha partido. Achei isso tão apropriado, Alex, pois tendo sido você o homem bonito que foi, eu hoje posso dizer tranquila: "pouco me impoortava sua aparência". Hoje eu posso dizer que o que me interessava era seu espírito e seu coração, e estes permanecem.

Alex, não te perdi, nunca, porque você está aqui em mim, nas minhas lembranças, nas minhas orações, nas gargalhadas que dou nas ocasionais visitas ao Convento dos Chapeletos... você é parte de mim, e busco encontrar você quando for minha hora de partir. Aí, finalmente vamos velejar juntos.

Eu sempre busco uma imagem bonita que eu possa postar aqui, neste seu aniversário de vida eterna, e desta vez fiquei mais satisfeita que nos outros anos: a borboleta e o amor, meu amigo, a borboleta e o amor.

16 mar 2003 / 16 mar 2007 - quatro anos sem Alex

Feliz aniversário.

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