23.10.03






Renascer



Quisera ser possível descrever com exatidão a sensação de sair de um casulo escuro e dolorido e abrir as novas asas pela primeira vez. Não é uma sensação prazerosa, porque vem mesclada de muito medo. Talvez seja um pouco parecido com a sensação da primeira aula de direção. Lá está você no comando daquele equipamento poderoso, e você não tem idéia do que fazer.

Mas, devagarinho, você sente o poder de fazer aquela novidade obedecer à sua vontade, e no caso de asas novas, você se sente um pouco como o Jerry Lewis, completamente sem coordenação, e sai se batendo nas paredes, um besouro ao invés de uma borboleta. Não é uma situação, no entanto, que dure muito.

Logo, a liberdade de sentir o vento e o sol, de voar, a sensação de que você está livre e forte e de volta ao comando de suas asas acaba com todo o desconsolo e a escuridão do casulo. E você pode voltar a sorrir.

Borboletas não foram feitas para chorar.

Obrigada, Andy, pela linda imagem

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