22.5.04





Dancers

Vem dançar comigo



Há dias em que acordo com música por dentro. Hoje foi um deles. A vontade era de partir para um lugar onde pudesse ficar sozinha com o mar ou com a floresta, e dançar ao som da música que vinha do meu coração. Se minha vida tivesse sido outra, imagino que seria bom ter sido bailarina. Sinto em todo o corpo a ânsia do movimento, uma explosão prestes a acontecer. Na maior parte das vezes, no entanto, ela não acontece como dança, mas como canto ou como escrita. E como carícia.

Hoje eu lembro do teu afago, homem-surpreendente, homem-de-asas, e me dá vontade de dançar colada no teu corpo; de beijar sua boca com gosto de fumo; de sentir a indefinível segurança que uma mulher sente diante de um homem verdadeiramente másculo.

Conversar. Ouvir sua voz meio rouca, sentir seu olhar atento passeando pelo meu corpo e pela minha alma. Sentir suas mãos experientes segurar minhas ancas enquanto dançamos. Roçar meu dedo travesso no côncavo do seu peito onde as clavículas se unem ao pescoço, sentir os pêlos macios e a vibração do riso grave de quem sabe muito bem o que sinto por dentro.

Vem me sequestrar, me leva para um lugar onde possamos novamente ficar a sós. Sinto saudades suas e uma vontade louca de dançar com você.

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