29.4.07

Porque as borboletas?



Eu tenho estado na Net faz quase oito anos. Durante parte deste tempo, fui apenas Sue. Há quase cinco anos, entretanto, uma pessoa maravilhosa, poeta talentoso, me deu de presente um poema de sua autoria, onde ele falava da borboleta que era como uma flor a tentar voltar para o galho de onde caíra. Este poema está na testeira da minha página de comentários.

Foi aí que cismei de pensar nas borboletas, neste símbolo de renascimento e transformação, como elas se transformam lentamente para fazer um breve vôo de beleza, se reproduzir e morrer, para que mais borboletas nasçam. Naquele dia decidi que as borboletas seriam parte da minha identidade. Eu agora sou, além de Sue, Borboleta.

Este é o lugar onde conto de onde vêm minhas Asas de Borboleta.

Esteja à vontade para explorar.

De fora para dentro, de dentro para fora



Por mais que se conheça todo o mundo, da Patagônia ao Alaska, do Panamá ao Japão, passando pela Europa, Ásia e Austrália, sempre parece que olhamos o mundo de fora como se por trás do nosso olhar houvesse uma parede escura. Nada daquilo que acontece dentro aparece quando olhamos o mundo fora de nós.

Quando olhamos para nosso interior, da mesma forma, escurece o ambiente que nos cerca, as pessoas e as coisas viram manchas nebulosas sem consistência. Naquele momento, tudo o que importa é todo um mundo interior, nossas necessidades internas, aquilo que desejamos para suprir o que necessitamos.

Uma pessoa especial me tem corrigido em uma série de coisas sérias e tolas que acho que todos fazemos sem pensar. Uma delas é desmontar o todo em partes, e fazer de conta que as partes têm uma independência entre si. Quando dizemos "meu pé", "minha mão", "minha cabeça", muitas vezes agimos mentalmente como se aquela parte de nós não fosse integralmente nossa, mas algo separado do nosso eu.

Fazemos a mesma coisa com "meu corpo" e "minha alma", como se um não permeasse o outro e não fossem as duas coisas uma coisa só. Criamos dicotomias, separações, barreiras mentais que no final só servem de obstáculos para que possamos entender o todo com mais clareza. Então, é como se picássemos uma imagem em pedaços e os separássemos num complexo número de pequenas peças que depois só de forma muito dolorosa conseguimos montar de volta. Fazemos, nós mesmos, enormes quebra-cabeças que depois nos parecem quase impossíveis de montar.

O eu não poderia estar separado do mundo que vive, da mesma forma que o mundo não é algo diferente do eu. Só podemos começar a funcionar de maneira harmoniosa e equilibrada se nos convencermos que dicotomias e separações são construções abstratas nossas, castelos de cartas que podem ser derrubados de uma vez com uma única frase. E na maior parte do tempo são.

Querido, conto com sua ajuda para colocar os castelos de cartas todos no chão. Quero, preciso e determinei para mim mesma que hei de liberar minha visão até a linha do horizonte. Não quero mais ilusões de qualquer tipo, até onde a vista alcançar.

Se é no deserto que temos de ir para vencer as tentações que querem nos derrubar, é no deserto que desejo ficar.