Mostrando postagens com marcador esperança. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador esperança. Mostrar todas as postagens

28.6.08

Hoje passei o dia só com meus gatos, concentrada, trabalhando. De repente, numa vontade louca de soltar o espírito e a mente do esforço concentrado, coloquei o DVD do Josh Groban para tocar. De repente, sim, de repente, num segundo, estava fora daqui, num outro lugar, tão mais bonito...

E lá estava você, me esperando, meu amigo, meu amigo, meu amigo. Que doce chamar você de amigo e ver você sorrir feliz. Sorrindo, sempre sorrindo, me convidando para dançar. Meu coração transbordou num riso feliz, marejado de lágrimas, e lá fui eu para o meio das estrelas com você.

Rodopiar pelo espaço sentindo sua presença amorosa é algo difícil de descrever, amado. Como posso falar de um sentimento que não tem nome, que não é saudade, mas é mesclado de saudade, que não é triste, mas é mesclado de nostalgia... uma alegria suave que nunca é totalmente alegre... Sentir você no meu abraço, leve e quente como a luz do sol quando nos encosta a pele.

Dançando, rodando, rindo juntos, lá fomos nós para o mais alto firmamento, voando, voando, cada vez mais livres, mais felizes juntos. Segura minha mão forte, Lelex, não me deixa cair... borboletas estão acostumadas com vôos mais próximos do chão.

Só mesmo o Josh Groban para me levar tão rápido até você.




Who can say for certain?
Maybe you’re still here
I feel you all around me
Your memory's so clear...

Deep in the stillness
I can hear you speak
You’re still an inspiration
Can it be
That you are my forever love
And you are watching over me from up above

Fly me up to where you are
Beyond the distant star
I wish upon tonight
To see you smile
If only for a while to know you’re there
A breath away’s not far
To where you are

Are you gently sleeping
Here inside my dream?
And isn’t faith believing
All power can’t be seen?

As my heart holds you
Just one beat away
I cherish all you gave me everyday

’Cause you are my
Forever love
Watching me from up above
And I believe that angels breathe
And that love will live on and never leave

Fly me up to where you are
Beyond the distant star
I wish upon tonight to see you smile
If only for awhile to know you’re there
A breath away’s not far
To where you are

I know you’re there
A breath away’s not far
To where you are

23.6.08

Pendências de Março I

Photobucket



Querido Alex,

Nossa, mas o tempo passa rápido, Alex! OU, como diria a garotada aqui do Rio, "Cinco anos, véi! Caray!"

Da última vez que conversamos dentro do meu coração eu pedi muito que você levasse meu pai para dar umas voltas neste seu lindo veleiro de luz. Ele sempre foi um homem muito ativo e este ano e meio doente foi penoso demais para ele neste sentido. Vocês parecem iguais em muitas coisas, meu amigo, e tenho certeza que você - que partiu dormindo, sem aviso, rápido como um raio - imagina o sofrimento moral, mais que físico, da dependência, da fraqueza, da falta de mobilidade. Vê se consegue que a mãe vá também, ela é mais medrosa e insegura, mas o tempo que passou desde que ela foi praí já deve ter sanado isto. Enfim... ela é parecida comigo, vocês vão gostar um do outro.

Espero que seu aniversário de cinco anos tenha sido gostoso, cercado de amigos, cheio de festa, como você gosta e merece. A vontade de estar junto é grande, mas eu me conformo com o sorriso e a piscadela ocasional por trás do pôr-de-sol. Pela velocidade com que o tempo está passando, não será tão demorada a espera até que eu mesma pegue uma carona com você neste seu mar infinito.

Carolina está linda, cada dia cresce mais graciosa e cheia de alegria e inteligência. Minha amizade com as três meninas de Portugal cresce viçosa, bem igual ao meu amor por você.

O Dennito comentou, quando papai partiu, que os buracos na alma ficam. Olha, o vazio que você deixou na minha alma virou uma janela de onde fico espiando suas estripulias. É muito bom, viu?

Aguardo mais sonhos das suas aventuras pelo céu. Adorei as últimas, você é mesmo danado!

12.2.08

Para Falar de Vida

Depois de quase dois meses de ausência - que foram dois meses em que minha alma entrou em reunião a portas fechadas com minha mente e coração para analisar tudo o que já vivi nestes 43 anos de vida completos dia 12 de janeiro - estou de volta a esta minha casa na Net. Este é cantinho onde a Sue se comunica com aquelas pessoas que escolhem vir aqui e ler tudo que eu escrevo, seja lírico ou seja tolo, seja amoroso ou triste. Porque "literário" não é, nunca de propósito. As pessoas que quero aqui, comunicando comigo, são as pessoas com as que já me disseram: "eu penso e sinto também assim" ou "você colocou em palavras o que eu sentia mas não conseguia expressar" (este é o meu elogio favorito dentre todos). Pessoas, enfim, que tenham uma ressonância de espírito comigo.

Eu, no post anterior, desejo feliz aniversário à minha mami, que já partiu desta vida faz quase 22 anos. Porque eu sei que a vida é mais e maior que o que aquilo que vemos aqui, e a partida é apenas um novo começo. Afinal de contas, este peixinho na coluna da direita não significa uma homenagem a meu bisavô pescador... mas simboliza meu relacionamento e irmandande com alguns ajudantes do sucessor do primeiro Pescador de Homens, que me levaram pela mão até o regaço de Jesus e de sua Mãe Santíssima, de onde aprendi a louvar a Vida.

Tenho alguns amigos na rede que também aprenderam sobre a Vida nestes regaços, beberam da mesma fonte que eu, e um em especial tem uma maravilhosa forma de celebrar a defender a Vida: meu amigo jornalista Marcio Campos. eu já declarei em público um dia que ele é um bilhete premiado de loteria, hoje me declaro fanzoca assumida. Ele está fazendo um trabalho inteligente, espirituoso tanto quanto espiritual - e além de tudo muito importante -, a respeito da forma com que a Mídia tenta criticar aqueles que celebram a Vida. Força, Marcio, posso colaborar com este pequeno link e muitas orações. Você com certeza, com a ajuda do Espírito Santo, dá conta do resto.

Com vocês o "Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que escrevem"

12.11.07

Maneiras de expressar amor

São tantas quantas as pessoas que já nasceram, mais talvez, se pensarmos que nem sempre expressamos amor da mesma forma ao longo da vida. Eu, que me expresso basicamente por palavas, estou aprendendo com ele a entender pequenos gestos e linguagem corporal muito sutil. Eu, que sou expansiva e exagerada, passional, estou aprendendo a respeitar o silêncio e os toques suaves, leves.

Meu minerin-candango é silencioso, ele comunica mais pelo olhar que pelas palavras, com as quais ele tem um relacionamento hesitante. A força do olhar dele, no entanto, é irresistível. Um brilho de entusiasmo, um apertar carinhoso dos cantos dos olhos, um atento e discreto olhar de viés quando falo com outros... Uma linguagem toda nova que estou adorando aprender.

O vocabulário estou aprendendo com a facilidade que a contemplação amorosa me dá. Eu já sei o que significam tantos gestos, tantos olhares. A gramática da alma do outro, no entanto, é uma aventura que leva uma vida inteira para levar a cabo. Uma aventura, amado, que eu quero muito começar com você, o mais rápido que puder, e para sempre.

Amor de Índio
Beto Guedes - Ronaldo Bastos

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado pra durar
Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do seu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo

8.11.07

Guardiães do Cerrado

Já choveu aqui umas poucas vezes desde a última visita. A grama agora está verde, as copas das árvores cheias de folhas novas e brilhantes. Os pássaros planam como a brincar no ar seco e limpo da poeira. As nuvens desfilam lentamente por este céu imenso, ainda indecisas se vão partir ou ficar.

Este céu, este céu... ele e as árvores retorcidas e inclinadas do cerrado, sempre parecendo marchar juntas numa mesma direção, são os guardiães desta terra cheia de contrastes. São eles também os guardiães do meu sentimento, tão grande, tão grande, imenso como o céu de Brasília, passeando tranquilo pelo meu coração como as fofas e brancas nuvens voando altas acima da minha cabeça.

Estou tranquila, o coração explodindo em flor. Em flor roxa de ipê. Isso tudo que estou sentindo acho que só posso chamar de plenitude. Plena de mim, plena da presença dele, plena do céu do planalto. Plenamente feliz.

5.11.07

Administrando as diferenças

Todos somos diferentes. Parece óbvio, mas não é. Tudo aquilo que torna aparentemente semelhantes os indivíduos dos diversos grupos a que pertencemos são semelhanças superficiais. Debaixo do verniz somos todos muito diversos, cada um é em si mesmo um mundo de coisas, e muitas vezes morremos sem explorá-las.

Eu tenho esta curiosidade quase felina a respeito das diferenças. Eu não apenas respeito, eu admiro e reverencio aquilo que torna meu outro diferente de mim. Não sou Narciso e não preciso de um reflexo de mim. Quero um mundo diferente para explorar, quero que este outro percorra o meu universo e me mostre com seu olhar diferente coisas a meu respeito que eu nunca tinha percebido antes.

Eu, que sou menina de apartamento, nunca aprendi a subir em árvores. Hoje sonho com um descampado onde só existe um monumental ipê-roxo, de tronco forte e largo, todo florido, para que eu possa escalar. Espero, de alguma forma, do meu jeito dengoso e meio inocente de gente de estufa, que eu traga a este terreno inóspito do cerrado uma suavidade que ele nunca conheceu.

Brasília me espera. Amado, estou chegando.

21.10.07

Coroa de flores de ipê

Meu lindo minerin-candango, você vive longe de mim, não posso estar sempre que quero olhando fundo nos seus olhos. Eles estão, entretanto, dentro de mim; toda vez que fecho os meus olhos é para ter você me fitando dentro da minha retina, com suas duas fundas piscinas escuras, de águas limpas como os lagos subterräneos de algumas cavernas.

Entendo, entendo tudo que vocë não pode dizer. Quanto ao que gostaria de dizer, bem, o charmoso Jorge Aragão já falou por mim em sua cantoria mansa. Então tem recado dele para você.

Lucidez

Por favor!
Não me olhe assim
Se não for
Por viver só prá mim...

Aliás!
Se isso acontecer
Tanto faz
Já me fiz por merecer...

Mas cuidado não vá se entregar
Nosso caso não pode vazar
E tão bom se querer
Sem saber
Como vai terminar...

Onde a lucidez se aninhar
Pode deixar
Quando a solidão apertar
Olhe pro lado
Olhe pro lado
Eu estarei por lá...

30.9.07

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

O Andar da carruagem



Há mais de três anos eu o convidei para dançar, antes que ele estivesse preparado para dizer sim, e a dança não aconteceu. Deixei-o livre, ele retornou à minha vida meses atrás, diferente. Mais próximo de um outro jeito. A dança continuou sem acontecer. Continuei a deixá-lo livre, bicho solto que é.

Hoje me despedi dele mais uma vez, numa cidade mais perto do céu que a minha. Hoje - e eu digo isto feliz e tranquila - sou a "menina sua amiga", e pretendo usufruir o quanto puder deste amor que não vai embora que é a amizade. Deixando-o livre, sempre, cada vez mais livre - e mais confortável, espero.

Só que a música continua tocando em meu coração, meu amigo. Algum dia vamos fazer juz a ela e finalmente dançar? Ainda acho que vai ser uma coisa linda para lembrarmos (e lembrar-mo-nos), tanto quanto tem sido lindo imaginar.

E, hoje, este é o andar da carruagem.

18.9.07

Não tendo você aqui

Não tendo você aqui, janto no sofá, sem luzes,
Olhando a noite andar lentamente pela janela.
Não tendo seu olhar sobre mim,
Não tenho vontade de sorrir e a boca mantém-se cerrada.
Sem seu ouvido atento, que adianta falar?
Permaneço em silêncio.
Sem sua mão para segurar,
A minha permanece espalmada, pedinte, indigente.
Sem seu corpo para me ninar,
Permaneço insone até que o cansaço me feche os olhos.

Aguardar é duro, amado, quando tudo que olho em volta
Me lembra sua presença ou sua ausência.
A saudade do que nunca tive virou saudade, apenas.
Meu coração bate em tempo com as sílabas do seu nome.

Cole Porter faz cada vez mais sentido...
Não tendo você aqui,
É com ele que durmo hoje à noite.

Night and Day

Like the beat beat beat of the tom-tom
When the jungle shadows fall
Like the tick tick tock of the stately clock
As it stands against the wall

Like the drip drip drip of the raindrops
When the Summer shower is through
So a voice within me keeps repeating
You, you, you

Night and day, you are the one
Only you beneath the Moon or under the Sun
Whether near to me, or far
It's no matter darling where you are
I think of you
Day and night, night and day, why is it so

That this longing for you follows wherever I go
In the roaring traffic's boom
In the silence of my lonely room
I think of you
Day and night, night and day

Under the hide of me
There's an oh such a hungry yearning burning inside of me
And this torment won't be through
Until you let me spend my life making love to you
Day and night, night and day

7.9.07

Resumindo a ópera

Se eu fosse escrever tudo que me aconteceu e tudo que senti esta semana, este post ficaria desconexo e muito denso. Fui fazendo, nos ônibus que me levavam, um de Brasília a Goiânia e outro de volta a Brasília, umas poesias de minuto, uns versinhos pernetas que espero me ajudem a expressar minimamente tudo o que eu vou deixar pendurado nas entrelinhas.


Ventania

Quem já encontrou Cristiana
Sabe bem que ela não engana
Conhece sua gargalhada profana
Sorriso rápido, cigarro aceso,
Cabelo solto, cabelo preso
Corre e senta, sobe e desce
Parece que nunca amadurece
Dela a gente nunca esquece!


Fofura

Soriso doce de amigo para toda vida
Olhar inteligente e amoroso de poeta
Voz calma e alegre de menino
Caminha nesta vida sem destino
Porque seu destino, menino, é a Vida
É vagar por este mundo, quem diria,
De mãos dadas, em eterna harmonia
Com a mais bela namorada
E a cachorrinha mais amada!


O nome da Rosa

A gentileza é doce e macia, mas não tem pétalas tão delicadas
A amizade é rica, mas não tem cores tão belas
O carinho é um sentimento quente, mas sem tantos rubros matizes
Ela é como o desdobrar de vários lábios carmins, que me sorriem felizes
Qual é, afinal, o nome desta rosa, que ganhei da amiga deusa?
Será Maria, será Carmem, será Edileusa?
Que amorizade tão grande se desdobra em tanta beleza?


Zig-Zag

A vida me faz ir para lá
Ele vai imediatamente para cá
Eu falo, ele não consegue ouvir
Eu amo, ele não tem como retribuir
Alguma hora, entretanto,
Num breve e doce intervalo
Haverá algum encontro?
Finalmente me regalo?

5.9.07

Passeio em Brasília entre céu imenso e amigos especiais. Revejo lugares de infância e conheço pessoas novas. Amor, carinho, amizade... tenho muito disto tudo, para dar e para receber. Está aqui, envolto em Asas de Borboleta, e está logo ali, em minhas mãos.

Tenho estado estes dias chafurdando numa felicidade calma, que para ser completa precisa apenas tirar a tristeza de um coração especial, que mais que os outros desperta meu amor, meu carinho, minha amizade. Enquanto a felicidade não é completa, digo que ela é doce. Uma agridoce espera, amado.

Estou muito feliz com os comentários dos novos e antigos visitantes do Asa, especialmente encantada com a graciosa mensagem-poema do Marcio Estanqueiro. Amigos, novos e velhos, vocês me fazem muito bem. Beijos a todos, sempre

4.7.07

Queridos

O mês de junho foi um mês de trabalho pesado e de muita meditação.
A vida mudou muito, mais uma das muitas metamorfoses por que passamos.

De tudo que passei nos últimos anos, segue resumo abaixo:


Aquilo que sinto, mostro. Daquilo que faço, raramente me arrependo.
Do que não faço, e acho que devo fazer,
vem este sentimento de urgência.
Da vida sei que só levamos o que sentimos.
Seja amor, seja ódio e amargor.
Não pretendo encontrar meus pais e ancestrais, na Eternidade,
sentindo ódio e rancor.
Não pretendo esquecer nunca de dizer que amo, porque é verdade.
Eu amo.
É a minha bênção e a minha sina,
e é meu presente para quem quiser dele fazer uso.


Que a Vida seja amena e gentil;
quando não for, que sejamos nós assim em nosso coração.


Beijo de Borboleta em cada um

11.5.07

Recebendo a visita do Bem



Tão bonita foi a palestra do Papa Bento - querido, simpático, vigoroso e tão belamente alemão Papa Bento - que eu não podia deixar de colar aqui alguns trechos que achei especialmente importantes. Não apenas para os jovens, já que eu há muito tempo não posso me considerar um deles, mas para todos que têm fome e sede de vida eterna.

Olhem que lindo convite!


"(...)Hoje quero convosco refletir sobre o texto de São Mateus (19, 16-22), que acabamos de ouvir. Fala de um jovem. Ele veio correndo ao encontro de Jesus. Merece destaque a sua ânsia. Neste jovem vejo a todos vós, jovens do Brasil e da América Latina. Viestes correndo de diversas regiões deste Continente para nosso encontro. Quereis ouvir, pela voz do Papa, as palavras do próprio Jesus.

Tendes uma pergunta crucial, referida no Evangelho, a Lhe fazer. É a mesma do jovem que veio correndo ao encontro com Jesus: o que fazer para alcançar a vida eterna? Gostaria de aprofundar convosco esta pergunta. Trata-se da vida.

A vida que, em vós, é exuberante e bela. O que fazer dela? Como vivê-la plenamente?

(...)Jesus mesmo explicita o que é bom para nós, dando-nos sua primeira catequese. «Se queres entrar na vida, observa os mandamentos» (Mt 19,17). Ele parte do conhecimento que o jovem já obteve certamente de sua família e da Sinagoga: de fato, ele conhece os mandamentos.

Eles conduzem à vida, o que equivale a dizer que eles nos garantem autenticidade. São as grandes balizas a nos apontarem o caminho certo. Quem observa os mandamentos está no caminho de Deus.

Não basta conhecê-los. O testemunho vale mais que a ciência, ou seja, é a própria ciência aplicada. Não são impostos de fora, nem diminuem nossa liberdade. Pelo contrário: constituem impulsos internos vigorosos, que nos levam a agir nesta direção. Na sua base está a graça e a natureza, que não nos deixam parados. Precisamos caminhar. Somos impelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós mesmos. Realizar-se, através da ação, na verdade, é tornar-se real.

Nós somos, em grande parte, a partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. Somos, por assim dizer, obra de nossas mãos.

(...)

Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O “amanhã” depende muito de como estais vivendo o “hoje” da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade.

(...)

Sede homens e mulheres livres e responsáveis; fazei da família um foco irradiador de paz e de alegria; sede promotores da vida, do início ao seu natural declínio; amparai os anciãos, pois eles merecem respeito e admiração pelo bem que vos fizeram. O Papa também espera que os jovens procurem santificar seu trabalho, fazendo-o com competência técnica e com laboriosidade, para contribuir ao progresso de todos os seus irmãos e para iluminar com a luz do Verbo todas as atividades humanas (cf. Lumen Gentium, n. 36). Mas, sobretudo, o Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações frente ao Estado: respeitando as suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais. Tenham em conta que a ambição desmedida de riqueza e de poder leva à corrupção pessoal e alheia; não existem motivos para fazer prevalecer as próprias aspirações humanas, sejam elas econômicas ou políticas, com a fraude e o engano.

(...)

Meu apelo de hoje, a vós jovens, que viestes a este encontro, é que não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana. Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada.

(...)

Queridos jovens, Cristo vos chama a serem santos. Ele mesmo vos convoca e quer andar convosco, para animar com Seu espírito os passos do Brasil neste início do terceiro milênio da era cristã. Peço à Senhora Aparecida que vos conduza, com seu auxílio materno e vos acompanhe ao longo da vida.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

5.5.07

O Rio em Maio



O poeta pode gostar de Paris no outono, por seu amor estar por lá, mas certamente ele ficaria um tanto balançado na escolha de que cidade louvar se conhecesse o Rio de Janeiro em maio. É certo que as muitas mudanças climáticas - que os ambientalistas dizem sinalizar o perigoso descontrole da natureza causado pelo homem - causam uma falta de definição nas estações da cidade (que muitos dizer ter apenas duas: verão e inferno, risos).

Entretanto, há dias ainda em que o Rio se arruma para seduzir o olhar, como moça bonita se arruma para festa. Banha-se com a chuva de fim de tarde, limpa seu céu durante a madrugada para receber a lua cheia e acorda vestida com o verde brilhante das folhas recém-lavadas, coberta por um céu de um azul-claro faiscante, quase branco, envolta por uma luz dourada, cercada de mar. É bonita a moça, muito bonita; nestas horas a cidade até consegue esconder os maus-tratos que os habitantes insensíveis lhe inflingem.

Andando pela cidade nestes dias, sinto o coração leve e o espírito querendo alçar vôo para acompanhar as aves que pescam nas lagoas ou no mar. Dá vontade de sair andando por aí, passear pelo Centro, perambular pela Cinelândia, dar um pulo no MAM e pegar um ônibus até Copacabana, percorrer o calçadão vagarosamente até o Leblon. Dá energia, esta luz dourada do outono carioca, dá alegria e dá esperança.

E eu nem preciso dizer que as borboletas invadem a cidade, preciso? Afinal, as borboletas entendem de beleza, e como alguém me disse há pouco tempo, contemplar a beleza é bom.

Muito bom.

29.4.07

De fora para dentro, de dentro para fora



Por mais que se conheça todo o mundo, da Patagônia ao Alaska, do Panamá ao Japão, passando pela Europa, Ásia e Austrália, sempre parece que olhamos o mundo de fora como se por trás do nosso olhar houvesse uma parede escura. Nada daquilo que acontece dentro aparece quando olhamos o mundo fora de nós.

Quando olhamos para nosso interior, da mesma forma, escurece o ambiente que nos cerca, as pessoas e as coisas viram manchas nebulosas sem consistência. Naquele momento, tudo o que importa é todo um mundo interior, nossas necessidades internas, aquilo que desejamos para suprir o que necessitamos.

Uma pessoa especial me tem corrigido em uma série de coisas sérias e tolas que acho que todos fazemos sem pensar. Uma delas é desmontar o todo em partes, e fazer de conta que as partes têm uma independência entre si. Quando dizemos "meu pé", "minha mão", "minha cabeça", muitas vezes agimos mentalmente como se aquela parte de nós não fosse integralmente nossa, mas algo separado do nosso eu.

Fazemos a mesma coisa com "meu corpo" e "minha alma", como se um não permeasse o outro e não fossem as duas coisas uma coisa só. Criamos dicotomias, separações, barreiras mentais que no final só servem de obstáculos para que possamos entender o todo com mais clareza. Então, é como se picássemos uma imagem em pedaços e os separássemos num complexo número de pequenas peças que depois só de forma muito dolorosa conseguimos montar de volta. Fazemos, nós mesmos, enormes quebra-cabeças que depois nos parecem quase impossíveis de montar.

O eu não poderia estar separado do mundo que vive, da mesma forma que o mundo não é algo diferente do eu. Só podemos começar a funcionar de maneira harmoniosa e equilibrada se nos convencermos que dicotomias e separações são construções abstratas nossas, castelos de cartas que podem ser derrubados de uma vez com uma única frase. E na maior parte do tempo são.

Querido, conto com sua ajuda para colocar os castelos de cartas todos no chão. Quero, preciso e determinei para mim mesma que hei de liberar minha visão até a linha do horizonte. Não quero mais ilusões de qualquer tipo, até onde a vista alcançar.

Se é no deserto que temos de ir para vencer as tentações que querem nos derrubar, é no deserto que desejo ficar.

30.5.05

Explosão


Não há nada mais triste que perceber que aquela pessoa em quem depositamos as maiores confianças, os mais profundos planos, as coisas mais bonitas e sagradas, no fim das contas simplesmente não está interessado em nós os suficiente para tentar nos entender, quanto mais nos aceitar como somos. Tão melhor foi para ele construir um ícone que apertava cada vez que queria carinho/colo/atenção/proteção. Mais triste ainda é perceber que fui conivente com uma grande mentira. E naquele momento em que pensávamos que éramos uma dupla, que dois lutavam juntos por um mesmo ideal, ele e eu descobrimos que estávamos sós.

Entretanto, a grande maravilha de ser só, de ser UM, o milagre da libertação de todas as amarras, é que descobrimos que quando não há laços com pessoas determinadas, o mundo inteiro é nosso irmão, o universo inteiro é nosso para explorar, a vida é uma grande aventura, e ser de ninguém é ser livre para ser o que a vida sugerir que sejamos, a cada minuto. Pois que seja: sou um, mas nenhum outro um vai me impedir de ser o melhor um que este um pode ser.

Como diz a Joss Stone, estou pegando minha vida de volta.

Right to be Wrong (Joss Stone)

I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
I'm flesh and blood to the bone
I'm not made of stone
Got a right to be wrong
So just leave me alone

I've got a right to be wrong
I've been held down too long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
Got a right to be wrong
So just leave me alone

You're entitled to yout opinion
But it's really my decision
I can't turn back, I'm on a mission
If you care don't you dare blur my vision
Let me be all I can be
Don't smother me with negativity
Whatever's out there waiting for me
I'm going to face it willingly

7.8.02

Tenho um problema. A Esperança já trouxe seu nome consigo, mas como chamar minha borboleta? Nem sequer sei de que sexo ela é. Hummmm....
É incrível como a Esperança muda de lugar depressa. Agora entendi porque as pessoas perdem a esperança fácil. Mas ela se recusa a ir embora.
A Esperança pousou no teto. É, a esperança nos faz mesmo olhar mais alto.
Minha borboleta saiu pela janela enquanto eu escrevia, e voltou com uma companheira alada. Ora, vejam, é uma esperança!