Amigos todos,
Se vocês estiveram no Asa desde sexta-feira descobriram que ALGO aconteceu com o layout do blog. O que aconteceu foi que meu site no kit.net - onde eu hospedava os templates - foi obliterado por uma empresa americana que tomou o site de alguma forma das mãos da globo.com...
Bem, pensamos por aqui e decidimos que já era a hora de partir. Não da Net, mas do blogger. Esta coisa de hospedar o template aqui, os textos lá, ficar dependendo da boa vontade e do profissionalismo de gente que não está NEM AÍ se os meus amigos de longe vão ficar preocupados com o meu sumiço. Não sumi, nada aconteceu de mal. Estou crescendo, as asas ficando maiores.
Aqueles que quiserem continuar lendo a Sue, procurem pelo Asa de Borboleta no seu endereço novo. Como toda mudança, não reparem se a casa está ainda um pouco bagunçada, devagarinho vai voltar tudo como era antes, até melhor que antes, com novidades.
Beijos enormes em todos, beijos alados para a Analuka! Venham me visitar na casa nova!
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29.6.08
19.11.07
Flor de Flamboyant (ou Com o Coração em Brasa)
Desta vez a visita ao cerrado não foi colorida pelas flores do ipê, mas o coração foi aquecido pela floração do passional flamboyant. A cidade estava toda verde folha e vermelho paixão. Achei apropriado que este vermelho intenso fosse testemunha dos nossos encontros. Apropriado e lindo.
Agora, além de um imenso ipê-roxo, todo florido, residindo em meu coração, há no caminho que leva a ele um tapete de lindas flores vermelhas de flamboyant, macio leito onde me deito para divagar sobre o amado e matar as saudades dentro de mim.
Amado, outras flores estarão brotando quando nos encontrarmos novamente, ou talvez os frutos já estejam madurando nas árvores. Mas, como borboleta que sou, levo comigo o pólem destas flores que enfeitaram o nosso começo. Com este pólem hei de fazer sua vida mais doce, colorida e perfumada, como você merece.
Porque é preciso mostrar no concreto aquilo que se manifesta no etéreo de nosso sentimento. Preciso dizer com palavras e mostrar com gestos o que sei. E eu sei, bem sabido, que te amo, te desejo, te admiro e respeito. Sei que adoraria ficar com você até estar bem velhinha, amando você todo e cada dia daqui até o final de nossas vidas. Sei que eu lutaria do seu lado, com todas as minhas forças e toda a minha alegria, da forma que você me pedisse. Sei que viveria com você em qualquer lugar, dentro das posses do nosso trabalho conjunto, na maior felicidade. Sei com um frio na barriga que a minha felicidade está nas suas mãos.
Pois em nome disto vou tentar enquanto estivermos separados que minhas certezas, meus medos, a alegria de estarmos juntos e a tristeza de estarmos separados, o roxo do ipê e o vermelho do flamboyant se misturem da maneira mais bonita que eu conseguir para presentear seu coração. Cuida dele até que eu possa estar perto e me certificar que tudo está bem, pessoalmente. Sei que não é preciso dizer, mas não custa repetir: te amo. Fica bem.
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12.11.07
Maneiras de expressar amor
São tantas quantas as pessoas que já nasceram, mais talvez, se pensarmos que nem sempre expressamos amor da mesma forma ao longo da vida. Eu, que me expresso basicamente por palavas, estou aprendendo com ele a entender pequenos gestos e linguagem corporal muito sutil. Eu, que sou expansiva e exagerada, passional, estou aprendendo a respeitar o silêncio e os toques suaves, leves.
Meu minerin-candango é silencioso, ele comunica mais pelo olhar que pelas palavras, com as quais ele tem um relacionamento hesitante. A força do olhar dele, no entanto, é irresistível. Um brilho de entusiasmo, um apertar carinhoso dos cantos dos olhos, um atento e discreto olhar de viés quando falo com outros... Uma linguagem toda nova que estou adorando aprender.
O vocabulário estou aprendendo com a facilidade que a contemplação amorosa me dá. Eu já sei o que significam tantos gestos, tantos olhares. A gramática da alma do outro, no entanto, é uma aventura que leva uma vida inteira para levar a cabo. Uma aventura, amado, que eu quero muito começar com você, o mais rápido que puder, e para sempre.
São tantas quantas as pessoas que já nasceram, mais talvez, se pensarmos que nem sempre expressamos amor da mesma forma ao longo da vida. Eu, que me expresso basicamente por palavas, estou aprendendo com ele a entender pequenos gestos e linguagem corporal muito sutil. Eu, que sou expansiva e exagerada, passional, estou aprendendo a respeitar o silêncio e os toques suaves, leves.
Meu minerin-candango é silencioso, ele comunica mais pelo olhar que pelas palavras, com as quais ele tem um relacionamento hesitante. A força do olhar dele, no entanto, é irresistível. Um brilho de entusiasmo, um apertar carinhoso dos cantos dos olhos, um atento e discreto olhar de viés quando falo com outros... Uma linguagem toda nova que estou adorando aprender.
O vocabulário estou aprendendo com a facilidade que a contemplação amorosa me dá. Eu já sei o que significam tantos gestos, tantos olhares. A gramática da alma do outro, no entanto, é uma aventura que leva uma vida inteira para levar a cabo. Uma aventura, amado, que eu quero muito começar com você, o mais rápido que puder, e para sempre.
Amor de Índio
Beto Guedes - Ronaldo Bastos
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado pra durar
Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do seu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo
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10.11.07
Desejos
Hoje, para mim, "quero" é o verbo mais bonito do português. É o verbo que me tranquiliza, que me faz aceitar os limites, a distância, as dificuldades. Nada se compara a saber-se querida, ainda que nossas vidas corram paralelas, com pequenos hiatos de encontro entre grandes espaços de saudade.
Hoje estou aqui, amanhã volto obrigatoriamente para minha vida normal. Mas volto com um olhar e um diálogo gravados na alma: "Afinal de contas, você me quer? Quero."
Hoje, para mim, "quero" é o verbo mais bonito do português. É o verbo que me tranquiliza, que me faz aceitar os limites, a distância, as dificuldades. Nada se compara a saber-se querida, ainda que nossas vidas corram paralelas, com pequenos hiatos de encontro entre grandes espaços de saudade.
Hoje estou aqui, amanhã volto obrigatoriamente para minha vida normal. Mas volto com um olhar e um diálogo gravados na alma: "Afinal de contas, você me quer? Quero."
Who Wants To Live Forever (Queen)
There's no time for us,
There's no place for us...
What is this thing that builds our dreams
Yet slips away from us?
Who wants to live forever?
Who wants to live forever...?
There's no chance for us,
It's all decided for us,
This world has only one sweet moment
Set aside for us.
Who wants to live forever?
Who wants to live forever?...
Who dares to love forever
When love must die?
But touch my tears with your lips,
Touch my warmth with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is ours today
Who wants to live forever?
Who wants to live forever?
Forever is our today...
Who waits forever anyway?
Quem gostaria de viver para sempre
(Queen - tradução livre minha, para você, amado)
Não há tempo para nós,
Nem lugar para nós...
O que é isto que constrói nossos sonhos
E no entanto foge de nós?
Quem gostaria de viver para sempre?
Quem gostaria de viver para sempre...?
Não há chance para nós,
Tudo já foi decidido por nós,
Este mundo só tem um doce instante
Reservado para nós.
Quem gostaria de viver para sempre?
Quem gostaria de viver para sempre...?
Quem ousaria amar para sempre
Quando o amor tem de morrer?
Mas toque meu pranto com seus lábios,
Toque meu calor com a ponta de seus dedos
E podemos ter o sempre,
E podemos amar para sempre.
"Para Sempre" é nosso hoje.
Quem gostaria de viver para sempre?
Quem gostaria de viver para sempre?
"Para Sempre" é nosso hoje...
E quem é mesmo que espera para sempre?
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9.11.07
A Chuva
Aqui no planalto não chove como no Rio. No Rio, a chuva chega ameaçadora, trazendo medo, com nuvens pesadas e escuras que chegam para ficar dias. A chuva aqui é como uma oferenda, como uma entrega amorosa. Devagarinho algumas nuvens vêm chegando lá de longe, se juntam numa lenta procissão umas às outras, os pingos começam a cair lentos e espaçados, quase o preâmbulo de uma cerimônia solene.
Em alguns minutos muda o andamento da cerimônia: cai um aguaceiro feroz, o vento forte faz as copas das mangueiras chacoalharem como de alegria, a água na calha, correndo pela corrente que a guia para o chão, faz uma cantoria pontuada pelos trovões graves e longos que rolam as nuvens adiante. Porque adiante as nuvens andam, e logo não há mais chuva, só o frescor e a alegria deixada pela sua passagem.
Em meia hora a festa se encerra, e a única testemunha do meu encanto é um pardal solitário, que veio tomar banho de chuva no gramado dos fundos da casa, amigo ocasional que logo levanta vôo para se juntar aos outros pássaros que comemoram a visita da chuva no alto do céu.
Aqui no planalto não chove como no Rio. No Rio, a chuva chega ameaçadora, trazendo medo, com nuvens pesadas e escuras que chegam para ficar dias. A chuva aqui é como uma oferenda, como uma entrega amorosa. Devagarinho algumas nuvens vêm chegando lá de longe, se juntam numa lenta procissão umas às outras, os pingos começam a cair lentos e espaçados, quase o preâmbulo de uma cerimônia solene.
Em alguns minutos muda o andamento da cerimônia: cai um aguaceiro feroz, o vento forte faz as copas das mangueiras chacoalharem como de alegria, a água na calha, correndo pela corrente que a guia para o chão, faz uma cantoria pontuada pelos trovões graves e longos que rolam as nuvens adiante. Porque adiante as nuvens andam, e logo não há mais chuva, só o frescor e a alegria deixada pela sua passagem.
Em meia hora a festa se encerra, e a única testemunha do meu encanto é um pardal solitário, que veio tomar banho de chuva no gramado dos fundos da casa, amigo ocasional que logo levanta vôo para se juntar aos outros pássaros que comemoram a visita da chuva no alto do céu.
8.11.07
Guardiães do Cerrado
Já choveu aqui umas poucas vezes desde a última visita. A grama agora está verde, as copas das árvores cheias de folhas novas e brilhantes. Os pássaros planam como a brincar no ar seco e limpo da poeira. As nuvens desfilam lentamente por este céu imenso, ainda indecisas se vão partir ou ficar.
Este céu, este céu... ele e as árvores retorcidas e inclinadas do cerrado, sempre parecendo marchar juntas numa mesma direção, são os guardiães desta terra cheia de contrastes. São eles também os guardiães do meu sentimento, tão grande, tão grande, imenso como o céu de Brasília, passeando tranquilo pelo meu coração como as fofas e brancas nuvens voando altas acima da minha cabeça.
Estou tranquila, o coração explodindo em flor. Em flor roxa de ipê. Isso tudo que estou sentindo acho que só posso chamar de plenitude. Plena de mim, plena da presença dele, plena do céu do planalto. Plenamente feliz.
Já choveu aqui umas poucas vezes desde a última visita. A grama agora está verde, as copas das árvores cheias de folhas novas e brilhantes. Os pássaros planam como a brincar no ar seco e limpo da poeira. As nuvens desfilam lentamente por este céu imenso, ainda indecisas se vão partir ou ficar.
Este céu, este céu... ele e as árvores retorcidas e inclinadas do cerrado, sempre parecendo marchar juntas numa mesma direção, são os guardiães desta terra cheia de contrastes. São eles também os guardiães do meu sentimento, tão grande, tão grande, imenso como o céu de Brasília, passeando tranquilo pelo meu coração como as fofas e brancas nuvens voando altas acima da minha cabeça.
Estou tranquila, o coração explodindo em flor. Em flor roxa de ipê. Isso tudo que estou sentindo acho que só posso chamar de plenitude. Plena de mim, plena da presença dele, plena do céu do planalto. Plenamente feliz.
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21.10.07
Coroa de flores de ipê
Meu lindo minerin-candango, você vive longe de mim, não posso estar sempre que quero olhando fundo nos seus olhos. Eles estão, entretanto, dentro de mim; toda vez que fecho os meus olhos é para ter você me fitando dentro da minha retina, com suas duas fundas piscinas escuras, de águas limpas como os lagos subterräneos de algumas cavernas.
Entendo, entendo tudo que vocë não pode dizer. Quanto ao que gostaria de dizer, bem, o charmoso Jorge Aragão já falou por mim em sua cantoria mansa. Então tem recado dele para você.
Meu lindo minerin-candango, você vive longe de mim, não posso estar sempre que quero olhando fundo nos seus olhos. Eles estão, entretanto, dentro de mim; toda vez que fecho os meus olhos é para ter você me fitando dentro da minha retina, com suas duas fundas piscinas escuras, de águas limpas como os lagos subterräneos de algumas cavernas.
Entendo, entendo tudo que vocë não pode dizer. Quanto ao que gostaria de dizer, bem, o charmoso Jorge Aragão já falou por mim em sua cantoria mansa. Então tem recado dele para você.
Lucidez
Por favor!
Não me olhe assim
Se não for
Por viver só prá mim...
Aliás!
Se isso acontecer
Tanto faz
Já me fiz por merecer...
Mas cuidado não vá se entregar
Nosso caso não pode vazar
E tão bom se querer
Sem saber
Como vai terminar...
Onde a lucidez se aninhar
Pode deixar
Quando a solidão apertar
Olhe pro lado
Olhe pro lado
Eu estarei por lá...
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19.10.07
Devaneios
Os homens nem sempre entendem porque é que as mulheres gostam tanto de se enfeitar, ou porque passam tanto tempo se vestindo, mesmo que seja para uma atividade normal, num dia comum.
Eu hoje pensei sobre isto algumas vezes, porque hoje eu quis me enfeitar. Mais que me enfeitar, quis ser uma Sue diferente, uma nova persona, só por causa de uma bata verde. Uma bata verde-bandeira, solta, leve, gostosa, que tomei emprestado de minha irmã. Essa peça de roupa hoje me levou a passear.
Juntas fomos longe, a um tempo distante, com hippies sentados na grama, cantando "Give Peace a Chance"... pois foi a esta bata que eu juntei uma calça confortável e gostosa que tenho, verde beeemmm clarinha, um colar com uma grande flor de metal dourado, um brinco de argolas e uma faixa de cabelo de crochê que eu mesma fiz, em uma linha cor de algodão cru com muitas e muitas folhinhas verdes penduradas. E lá fui eu para 1969, cheirando a flor de laranja, com uma flor no peito e com a cabeça cheia de folhas. Verde, toda verde.
Depois de pensar, acho que sei porque as mulheres gostam de se enfeitar... porque neste momento somos as bonecas de nós mesmas, e é neste momento mais que qualquer outro que ficamos livres para sonhar.
Os homens nem sempre entendem porque é que as mulheres gostam tanto de se enfeitar, ou porque passam tanto tempo se vestindo, mesmo que seja para uma atividade normal, num dia comum.
Eu hoje pensei sobre isto algumas vezes, porque hoje eu quis me enfeitar. Mais que me enfeitar, quis ser uma Sue diferente, uma nova persona, só por causa de uma bata verde. Uma bata verde-bandeira, solta, leve, gostosa, que tomei emprestado de minha irmã. Essa peça de roupa hoje me levou a passear.
Juntas fomos longe, a um tempo distante, com hippies sentados na grama, cantando "Give Peace a Chance"... pois foi a esta bata que eu juntei uma calça confortável e gostosa que tenho, verde beeemmm clarinha, um colar com uma grande flor de metal dourado, um brinco de argolas e uma faixa de cabelo de crochê que eu mesma fiz, em uma linha cor de algodão cru com muitas e muitas folhinhas verdes penduradas. E lá fui eu para 1969, cheirando a flor de laranja, com uma flor no peito e com a cabeça cheia de folhas. Verde, toda verde.
Depois de pensar, acho que sei porque as mulheres gostam de se enfeitar... porque neste momento somos as bonecas de nós mesmas, e é neste momento mais que qualquer outro que ficamos livres para sonhar.
4.10.07
Enchendo as lacunas
O meu amigo Evandro Ferreira é uma pessoa especial que a Internet me deu de presente. Nos conhecemos numa lista de comentários de um blog, imediatamente iniciando uma bela argumentação a respeito das nossas opiniões divergentes. O fato de não ter virado briga - porque Evandro é o Lorde Fofinho, querido, um gentleman que não briga nunca - acabou por nos tornar amigos, e o motivo da discusão se perdeu no pó da estrada.
Outro dia eu atualizei meus links da coluna da direita do Asa, e redescobri a alegria de ler os textos do Evandro. Passei a assessar os blogs dele regularmente, no ritmo que minha atual vida alucinada me permite. Ontem, portanto, achei o post "Coisa mais linda do mundo", linkado no post logo aí embaixo. Como é uma declaração de amor com conteúdo, de verdade, me emocionou muito.
Deixei um comentário falando o quanto era bonito ver este amor, mas pedindo a ele que não me fizesse chorar. O querido me pediu desculpas, e tivemos uma MARAVILHOSA troca de e-mails ontem de noite, que tenho certeza aliviou meu trabalho noturno e o dele. O Evandro postou o e-mail dele no post Para uma borboleta e me senti na obrigação de preencher as lacunas, colocando meu e-mail anterior no Asa:
"Querido,
Uma cachoeira não se desculpa por espirrar água linda, ruidosa e abundantemente sobre os visitantes, uma rosa nem esquenta de espetar os dedos dos seus admiradores mais audaciosos. Você não precisa se desculpar por ser lindo, meu amigo.
Mas que eu chorei, chorei. Choro agridoce de beleza misturado com tristeza.
Comecei pensando que você é um afortunado de ter encontrado um amor assim, mas eu estava errada e eu mesma me corrigi: este amor lindo assim vem de dentro de você, já estava aí, a Henrie o merecia e então o encontrou, e veça-virse. Vocês dois são de uma lindeza que deixa a gente embargada...
Depois eu pensei em tudo e o tanto que já perdi na vida, no tanto que minha mão amiga já levou tapas pela internet, o tanto que eu procuro um homem que aceite meu amor, sem encontrar (me pergunto se eu mereço ter um amor assim...) e aí fiquei bem triste.
Foi então que eu lembrei que você e a Henrie e a Melinda fazem parte de minha vida, e isso me consolou.
Ainda estou com o coração apertado, mas não choro mais.
Amo muito você, acho que nunca disse isso com todas as letras, mas é verdade."
Pois é isso que é amor, que é amizade, queridos amigos do Asa, é sentir o outro como um presente, "a energia que faz nosso coração mais feliz" como meu amigo Evandro escreveu. É saber que a distância dói, mas doeria mais a ausência da pessoa amiga em nossas vidas. É aceitar o outro inteiro, mais que isto, sentir de verdade que o outro não poderia ser diferente do que é, que está certinho do jeito que está.
Por isso é que eu acho que tanto eu quanto ele, primeiro em separado e depois conversando juntos por e-mail, decidimos tornar estas mensagens públicas: porque queremos que as pessoas vejam e saibam que no meio desta tumultuada corrente de gente que passa e some sem deixar rastro, gente que usa e abusa, gente que não liga, encontramos um AMIGO.
É uma coisa muito preciosa.
O meu amigo Evandro Ferreira é uma pessoa especial que a Internet me deu de presente. Nos conhecemos numa lista de comentários de um blog, imediatamente iniciando uma bela argumentação a respeito das nossas opiniões divergentes. O fato de não ter virado briga - porque Evandro é o Lorde Fofinho, querido, um gentleman que não briga nunca - acabou por nos tornar amigos, e o motivo da discusão se perdeu no pó da estrada.
Outro dia eu atualizei meus links da coluna da direita do Asa, e redescobri a alegria de ler os textos do Evandro. Passei a assessar os blogs dele regularmente, no ritmo que minha atual vida alucinada me permite. Ontem, portanto, achei o post "Coisa mais linda do mundo", linkado no post logo aí embaixo. Como é uma declaração de amor com conteúdo, de verdade, me emocionou muito.
Deixei um comentário falando o quanto era bonito ver este amor, mas pedindo a ele que não me fizesse chorar. O querido me pediu desculpas, e tivemos uma MARAVILHOSA troca de e-mails ontem de noite, que tenho certeza aliviou meu trabalho noturno e o dele. O Evandro postou o e-mail dele no post Para uma borboleta e me senti na obrigação de preencher as lacunas, colocando meu e-mail anterior no Asa:
"Querido,
Uma cachoeira não se desculpa por espirrar água linda, ruidosa e abundantemente sobre os visitantes, uma rosa nem esquenta de espetar os dedos dos seus admiradores mais audaciosos. Você não precisa se desculpar por ser lindo, meu amigo.
Mas que eu chorei, chorei. Choro agridoce de beleza misturado com tristeza.
Comecei pensando que você é um afortunado de ter encontrado um amor assim, mas eu estava errada e eu mesma me corrigi: este amor lindo assim vem de dentro de você, já estava aí, a Henrie o merecia e então o encontrou, e veça-virse. Vocês dois são de uma lindeza que deixa a gente embargada...
Depois eu pensei em tudo e o tanto que já perdi na vida, no tanto que minha mão amiga já levou tapas pela internet, o tanto que eu procuro um homem que aceite meu amor, sem encontrar (me pergunto se eu mereço ter um amor assim...) e aí fiquei bem triste.
Foi então que eu lembrei que você e a Henrie e a Melinda fazem parte de minha vida, e isso me consolou.
Ainda estou com o coração apertado, mas não choro mais.
Amo muito você, acho que nunca disse isso com todas as letras, mas é verdade."
Pois é isso que é amor, que é amizade, queridos amigos do Asa, é sentir o outro como um presente, "a energia que faz nosso coração mais feliz" como meu amigo Evandro escreveu. É saber que a distância dói, mas doeria mais a ausência da pessoa amiga em nossas vidas. É aceitar o outro inteiro, mais que isto, sentir de verdade que o outro não poderia ser diferente do que é, que está certinho do jeito que está.
Por isso é que eu acho que tanto eu quanto ele, primeiro em separado e depois conversando juntos por e-mail, decidimos tornar estas mensagens públicas: porque queremos que as pessoas vejam e saibam que no meio desta tumultuada corrente de gente que passa e some sem deixar rastro, gente que usa e abusa, gente que não liga, encontramos um AMIGO.
É uma coisa muito preciosa.
3.10.07
Redescobrindo Evandro
Houve uma época em que nos falávamos sempre pelo telefone, às vezes horas. Nestas conversas consertamos o mundo e montamos o Outonos. Desde então, muita coisa na nossa vida mudou, mas o amor e a admiração que eu sinto por ele só fazem aumentar.
Eu nâo vou falar mais nada não, vão vocês lá e descubram porque estou aqui enxugando lágrimas e sorrindo e morrendo de vontade de dar um abraço nele.
Houve uma época em que nos falávamos sempre pelo telefone, às vezes horas. Nestas conversas consertamos o mundo e montamos o Outonos. Desde então, muita coisa na nossa vida mudou, mas o amor e a admiração que eu sinto por ele só fazem aumentar.
Eu nâo vou falar mais nada não, vão vocês lá e descubram porque estou aqui enxugando lágrimas e sorrindo e morrendo de vontade de dar um abraço nele.
30.9.07
Há mais de três anos eu o convidei para dançar, antes que ele estivesse preparado para dizer sim, e a dança não aconteceu. Deixei-o livre, ele retornou à minha vida meses atrás, diferente. Mais próximo de um outro jeito. A dança continuou sem acontecer. Continuei a deixá-lo livre, bicho solto que é.
Hoje me despedi dele mais uma vez, numa cidade mais perto do céu que a minha. Hoje - e eu digo isto feliz e tranquila - sou a "menina sua amiga", e pretendo usufruir o quanto puder deste amor que não vai embora que é a amizade. Deixando-o livre, sempre, cada vez mais livre - e mais confortável, espero.
Só que a música continua tocando em meu coração, meu amigo. Algum dia vamos fazer juz a ela e finalmente dançar? Ainda acho que vai ser uma coisa linda para lembrarmos (e lembrar-mo-nos), tanto quanto tem sido lindo imaginar.
E, hoje, este é o andar da carruagem.
25.9.07
Assim Caminha a Humanidade
Ou o mundo fica cada dia mais maluco ou sou eu que me perco nele, por pura incompetência cognitiva. Entretanto, há momentos que meus amigos correm em meu socorro e iluminam a coisa um pouco para mim.
Um destes momentos iluminados acabei de receber lendo o Agonizando 2 do meu amigo Evandro Ferreira (link na coluna da direita - eu disse DIREITA, Evandro! risos). Vejam só esse texto. No blog dele tem ainda o FILME, que é um ensaio filosófico profundo. Só mesmo um pensador como o Evandro podia me sair com um post destes.
Amigo, saudades. Entregue à sua mais linda namorada e à sua cachorrinha mais amada beijos meus. Logo estaremos juntos novamente, viu?
Leitores do Asa: leiam, vejam, aprendam.
"Conhecimento e fofura September 15, 2007
A vida é uma coisa interessante.
Hoje me peguei subindo o elevador. No chão, um contêiner com minha cadelinha. Em uma das mãos, uma mantinha xadrez, laranja e branca. Sobre a mantinha, um livro de filosofia política de Eric Voegelin. Na outra mão, o Pipi Dolly’s dela."
Ou o mundo fica cada dia mais maluco ou sou eu que me perco nele, por pura incompetência cognitiva. Entretanto, há momentos que meus amigos correm em meu socorro e iluminam a coisa um pouco para mim.
Um destes momentos iluminados acabei de receber lendo o Agonizando 2 do meu amigo Evandro Ferreira (link na coluna da direita - eu disse DIREITA, Evandro! risos). Vejam só esse texto. No blog dele tem ainda o FILME, que é um ensaio filosófico profundo. Só mesmo um pensador como o Evandro podia me sair com um post destes.
Amigo, saudades. Entregue à sua mais linda namorada e à sua cachorrinha mais amada beijos meus. Logo estaremos juntos novamente, viu?
Leitores do Asa: leiam, vejam, aprendam.
"Conhecimento e fofura September 15, 2007
A vida é uma coisa interessante.
Hoje me peguei subindo o elevador. No chão, um contêiner com minha cadelinha. Em uma das mãos, uma mantinha xadrez, laranja e branca. Sobre a mantinha, um livro de filosofia política de Eric Voegelin. Na outra mão, o Pipi Dolly’s dela."