27.11.03






Espantoso



O meu amigo Bruno escreveu um post no dia 25 de novembro que é tão espantosamente como me sinto – isso acontece um bocado conosco, né Bruno? – que eu tive de copiar aqui. Tudo, tudo que ele fala a respeito de si pode ser aplicado a mim. É rigorosamente a mesma coisa. E, como um comentário particular: Bruno, sempre vou amar você, do jeitinho que você é. E sei que a recíproca é verdadeira.

Uma pessoa que me é muito querida (embora não acredite muito nisso) veio conversar sobre relacionamentos, e exemplificando com o seu próprio, deu origem a uma discussão muito saudável. E me trouxe à lembrança sentimentos, e eu chorei mais uma vez. Chorei sim, não pelas lembranças em si, mas pelas coisas que eu passei e que, mesmo sabendo ser parte do meu crescimento, fazem sofrer. E porque mesmo que você passe cola em um vaso, ele nunca será o mesmo.

Daí me veio a pergunta: Você não tem medo de se decepcionar?
E aqui vai a resposta:
Não. Não tenho medo de me decepcionar.

Isso acontece porque simplesmente eu não espero mais nada das pessoas. Apenas aguardo o que elas querem me dar. Às vezes, é bom, às vezes, nem tanto. Aí eu simplesmente continuo minha vida. Claro que tem horas que o coração bate mais forte, e quando eu menos espero, vem um sentimento ruim, uma facada no meio do peito, que acaba por me derrubar. Mas o que eu posso fazer? Não tenho como controlar os outros.

Claro que erro. E me decepciono. Mas não me escondo atrás de máscaras, não simulo situações nem tento ser outra pessoa. Sou eu mesmo, e não canso de mostrar isso a todos. Não por narcisismo, e sim para que as pessoas gostem de mim como sou. Não preciso que o mundo me ame, mas preciso SIM, que as pessoas que digam estar ao meu lado REALMENTE estejam. Por isso procuro ser transparente. E isso magoa as pessoas às vezes. Mas, se as pessoas usassem seu lado racional algumas vezes do dia, veriam que isso é necessário, e que a maioria das críticas pode ser usada (e deve) como crescimento pessoal. E por mais que doa, dói muito mais uma facada por falsidade. Pelo menos em mim.

Mais uma vez: não me ame. Ninguém te obriga a isso. Mas não diga que me ama sem REALMENTE fazê-lo.

Sou intenso e sensível. Isso é ótimo por um lado, e por outro, uma droga. É bom, porque todos os momentos bons da minha vida são aumentados, e eu os vivo muito mais intensamente. E o lado ruim é que o mesmo acontece com sentimentos desagradáveis.

O fato é que eu vivi muita coisa por ser intenso. E a minha própria experiência me mostrou que vale muito mais a pena eu mostrar quem sou, esse ariano raivoso que muitos de vocês leitores já conhecem. Porque o que acontece é que muitas pessoas se afastam de mim pelo que sou. Mas as que ficam, ficam de verdade. Não tem meio termo.

E vale a pena. Conheci amigos maravilhosos assim, vivi momentos mágicos, criei amizades eternas. Não só pela web, mas na vida real também. Procuro estreitar meus relacionamentos, pois gosto de estar junto. Além de tudo sou muito carente, preciso de contato. Tenho uma necessidade de ajudar a quem gosto (isso não é natural de todos?). Tenho vontade de cuidar, de ver como posso fazer pra ajudar, embora nem todos estejam abertos a isso. Mas este problema é para outro post.

Enfim, esse é um pedacinho do Bruno. O carinha que escreve isso tudo aqui.

Talvez se as pessoas simplesmente vivessem suas vidas, e racionalizassem um pouco sobre si mesmas, e fizessem auto-análise, o mundo seria um lugar melhor de se viver.

Nenhum comentário: