12.2.03



Um amigo meu me disse ontem que preciso aumentar minhas defesas. Muitos deles dizem que eu preciso me importar menos com o que acontece na Internet. Que a Net é um lugar paranóico, cheio de malucos. Quisera poder satisfazer a estes amigos, todos preocupados com o meu bem-estar. Acontece que estar bem, na minha opinião, nem sempre é o mais importante. O mais importante é estar no caminho justo. Não estou dizendo que sou uma pessoa justa, totalmente correta. Eu tenho tantos defeitos, TANTOS, que não vou perder tempo a enumerá-los aqui. Sou humana, no sentido mais amplo do termo.

Acontece, no entanto, que não quero me proteger do sofrimento, se isto significar fechar a entrada do meu coração a pessoas novas. Se isto significar abrir mão do que eu acho correto. Se isto significar abandonar uma briga antes que ela esteja resolvida. Já ganhei um amigo precioso através de uma briga. O meu amigo mais precioso hoje, justamente o que se preocupa tanto com as minhas defesas. É um amigo que dá bronca por puro amor. Exatamente como o irmão querido que ele é. Não passa a mão na minha cabeça, nem mede palavras. O que ele diz é o que ele pensa no momento. É uma qualidade a que dou o maior valor, e o amigo a quem mais considero.

Eu me pergunto: e se eu tivesse "armado minhas defesas", e interrompido a discussão que nos aproximou pelo meio, utilizando o recurso fácil de bloquear seus e-mails? Eu teria me "defendido" da pessoa que é hoje mil vezes mais preciosa que o maior tesouro em dinheiro para mim, mais caro ao meu coração que muita gente que compartilha o mesmo sangue comigo. Não, amigo querido, como nos contos de fadas, teria enfrentado uma grande barreira de espinhos, ou um mago poderoso, ou mesmo um dragão a lançar chamas de sua boca, para chegar ao castelo encantado do seu coração. Cada dia mais agradeço a Deus ter você comigo. Mais que defesas, querido, preciso de força e sabedoria. Para saber a hora de parar e a hora de lutar. Mas pretendo continuar lutando.

Além de não desistir das pessoas, mesmo recebendo de vez em quando alguma porcaria e ataques que me causam dor, também não cometo o erro de limitar meus amigos por classificações diversas. "Faixa etária", "estilo de vida", "inclinações políticas", nada disto me afasta de uma pessoa. Um coração duro faz isto mais depressa e de forma mais permanente. Mas tenho tido sorte, ah, Deus tem me abençoado muito. Tenho encontrado corações magníficos, dentro e fora da Internet.

Alguns destes nobres corações são mais experientes, como o meu queridíssimo Matusca. Como meu pai. Como este amigo querido. Outros, principalmente os que encontro na Net, são coraçõezinhos novinhos, tenros, que mal começaram a pôr a prova as suas idéias e a sofrer as consequências de seus atos. São numerosos, estes corações. Meu Felipe, meu Félix, meu Iceman, meu Cabritinho Renan, todos eles muito especiais. Mas eu tenho um "caçulinha", muito especial, de quem nunca falei aqui.

É do blog dele esta linda gravura de borboletas, que ele me disse ontem ter postado lá por que lembrava a ele de mim. Ele é um menino doce e sensível, com uma visão ao mesmo tempo surpreendentemente madura e encantadoramente inocente. Seu nome é Alex, ele tem 17 anos e escreve naquele dialeto internáutico que às vezes me dá um pouco de dor de cabeça para decifrar. Mas ele tem insights que me deixam pasma, e eu sou fanzoca deste menino. Quem tiver coração bom também vai ficar. Vão procurá-lo no blog http://amente.blig.ig.com.br e descubram porque eu ainda tenho fé na humanidade.

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